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VERSO 32

agastyaḥ prāg duhitaram
upayeme dhṛta-vratām
yasyāṁ dṛḍhacyuto jāta
idhmavāhātmajo muniḥ

agastyaḥ — o grande sábio Agastya; prāk — primeira; duhitaram — filha; upayeme — casou-se; dhṛta-vratām — que fez votos; yasyām — através de quem; dṛḍhacyutaḥ — chamado Dṛḍhacyuta; jātaḥ — nasceu; idhmavāha — chamado Idhmavāha; ātma-jaḥ — filho; muniḥ — o grande sábio.

O grande sábio chamado Agastya se casou com a primogênita de Malayadhvaja, a fervorosa devota do Senhor Kṛṣṇa. Dela, nasceu um filho, cujo nome era Dṛḍhacyuta, e, de Dṛḍhacyuta, nasceu outro filho cujo nome era Idhmavāha.

SIGNIFICADO—O nome Agastya Muni é muito significativo. Agastya Muni representa a mente. A palavra agastya indica que os sentidos não agem de forma independente, e a palavra muni significa “mente”. A mente é o centro de todos os sentidos, de modo que os sentidos não podem trabalhar independentemente dela. Quando a mente adota o culto de bhakti, ela se ocupa em serviço devocional. O culto de bhakti (bhakti-latā) é a primeira filha de Malayadhvaja, e, como se descreveu anteriormente, seus olhos estão sempre voltados para Kṛṣṇa (asitekṣaṇām). Não se pode prestar bhakti a nenhum semideus. Só se pode prestar bhakti a Viṣṇu (śravaṇaṁ kīrtanaṁ viṣṇoḥ). Pensando que a Verdade Absoluta não tem forma, os māyāvādīs dizem que a palavra bhakti pode aplicar-se a qualquer espécie de adoração. Se fosse assim, um devoto poderia imaginar qualquer semideus ou qualquer forma divina e adorá-la. Isso, contudo, não é verdade. A verdade é que bhakti pode aplicar-se somente ao Senhor Viṣṇu e a Suas expansões. Portanto, bhakti-latā é dṛḍha-vrata, o grande voto, visto que, quando a mente está totalmente ocupada em serviço devocional, ela não cai. Se alguém tentar avançar por outros meios – por karma-yoga ou jñāna-yoga –, essa pessoa cairá, mas, se estiver fixa em bhakti, jamais cairá.

Assim, de bhakti-latā, nasce o filho Dṛḍha­cyuta, e, de Dṛḍha­cyuta, nasce o próximo filho, ldhmavāha. A palavra idhma-vāha refere-se àquele que, ao aproximar-se de um mestre espiritual, car­rega lenha para queimar no sacrifício. A ideia é que bhakti-latā, o culto da devoção, fixa-nos em nossa posição espiritual. Uma pessoa fixa dessa maneira jamais desce, e ela gera filhos que são segui­dores estritos dos preceitos dos śāstras. Como se diz nos Vedas:

tad-vijñānārthaṁ sa gurum evābhigacchet
samit-pāṇiḥ śrotriyaṁ brahma-niṣṭham

Na linha do serviço devocional, aqueles que são iniciados são estritos seguidores dos preceitos das escrituras védicas.

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