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VERSO 45

tvaṁ karmaṇāṁ maṅgala maṅgalānāṁ
kartuḥ sva-lokaṁ tanuṣe svaḥ paraṁ vā
amaṅgalānāṁ ca tamisram ulbaṇaṁ
viparyayaḥ kena tad eva kasyacit

tvam — Vossa Onipotência; karmaṇām — dos deveres prescritos; maṅgala — ó auspiciosíssimo; maṅgalānām — do auspicioso; kartuḥ — do executor; sva-lokam — respectivos sistemas planetários superiores; tanuṣe — expandem; svaḥ — planetas celestiais; param — mundo transcendental; — ou; amaṅgalānām — do inauspicioso; ca — e; tamisram — o nome de um inferno específico; ulbaṇam — sórdidos; viparyayaḥ — o oposto; kena — porque; tat eva — certamente isto; kasyacit — para alguém.

Ó auspiciosíssimo senhor, tu estabeleceste os planetas celestiais, os espirituais planetas Vaikuṇṭha e a impessoal esfera Brahman como os respectivos destinos dos executores de atividades auspiciosas. De modo semelhante, para outros, que são patifes, designaste diferentes espécies de infernos que são horríveis e sórdidos. Não obstante, às vezes se observa que os destinos deles são justamente opostos. É muito difícil determinar a causa disto.

SIGNIFICADO—A Suprema Personalidade de Deus é chamada de a vontade suprema. É pela vontade suprema que tudo acontece. Declara-se, portanto, que nem uma folha de grama se move sem a vontade suprema. De um modo geral, prescreve-se que os executores de atividades piedosas são promovidos aos sistemas planetários superiores, os devotos são promovidos aos Vaikuṇṭhas, ou mundos espirituais, e os especuladores impessoais são promovidos à refulgência Brahman impessoal. Às vezes, porém, ocorre de um patife como Ajāmila ser imediatamente promovido a Vaikuṇṭhaloka, simplesmente por cantar o nome de Nārāyaṇa. Embora Ajāmila tivesse proferido essa vibração com a intenção de chamar seu filho Nārāyaṇa, o Senhor Nārāyaṇa levou isso a sério e prontamente lhe promoveu a Vaikuṇṭhaloka, a despeito de seus antecedentes cheios de atividades pecaminosas. De modo semelhante, o rei Dakṣa vivia ocupado em atividades piedosas de execução de sacrifícios, porém, simplesmente por criar um pequeno desentendimento com o senhor Śiva, ele foi severamente punido. Conclui-se, portanto, que a vontade suprema é o julgamento final: ninguém pode argumentar contra isso. Por conseguinte, o devoto puro se submete, sob todas as circunstâncias, à vontade suprema do Senhor, aceitando-a como todo-auspiciosa.

tat te ’nukampāṁ susamīkṣamāṇo
bhuñjāna evātma-kṛtaṁ vipākam
hṛd-vāg-vapurbhir vidadhan namas te
jīveta yo mukti-pade sa dāya-bhāk

(Śrīmad-Bhāgavatam 10.14.8)

O significado deste verso é que, quando o devoto se encontra em condição calamitosa, ele a toma como uma bênção do Senhor Supremo e se autorresponsabiliza por suas más ações do passado. Em tal condição, ele presta ainda mais serviço devocional e não se perturba. Quem vive com semelhante disposição mental, ocupado em serviço devocional, é o candidato mais apto para promoção ao mundo espiritual. Em outras palavras, se um devoto assim pede para ser promovido ao mundo espiritual, esse pedido lhe está garantido sob todas as circunstâncias.

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