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VERSO 24

tan me bhavān nara-devābhimāna-
madena tucchīkṛta-sattamasya
kṛṣīṣṭa maitrī-dṛśam ārta-bandho
yathā tare sad-avadhyānam aṁhaḥ

tat — portanto; me — a mim; bhavān — tu; nara-deva-abhimāna-madena — pela loucura decorrente do fato de possuir um corpo de rei e, dessa maneira, orgulhar-me dele; tucchīkṛta — que insultei; sat-tamasya — a ti, que és o melhor entre os seres humanos; kṛṣīṣṭa — por favor, mostra-me; maitrī-dṛśam — como amigo, tua misericórdia imotivada; ārta-bandho — ó amigo de todas as pessoas aflitas; yathā — então; tare — posso aliviar-me de; sat-avadhyānam — fazer pouco caso de uma grande personalidade como tu; aṁhaḥ — o pecado.

Tudo o que falaste parece-me contraditório. Ó melhor amigo dos aflitos, cometi uma grande ofensa insultando-te. Pelo simples fato de possuir um corpo de rei, estava envaidecido pelo falso prestígio. Por causa disso, é certo que me tornei um ofensor. Portanto, oro que, por favor, me olhes com tua misericórdia imotivada. Se assim o fizeres, poderei libertar-me das atividades pecaminosas em que incorri ao insultar tua pessoa.

SIGNIFICADO—Śrī Caitanya Mahāprabhu disse que quem ofende um vaiṣṇava encerra todas as suas atividades espirituais. Ofender um vaiṣṇava é considerado a ofensa do elefante louco. Um elefante ensandecido pode destruir todo um jardim que foi plantado com muito esforço. Uma pessoa pode alcançar a plataforma mais elevada de serviço devocional, mas, se comete alguma ofensa a um vaiṣṇava, toda a estrutura entrará em colapso. Sem o saber, o rei Rahūgaṇa ofendera Jaḍa Bharata, mas, devido ao seu bom senso, pediu perdão. Esse é o processo pelo qual a pessoa pode expiar um vaiṣṇava-aparādha. Kṛṣṇa é sempre muito simples e de natureza misericordiosa. Quando alguém comete uma ofensa aos pés de um vaiṣṇava, ele deve imediatamente pedir desculpas a essa personalidade para que seu avanço espiritual não seja impedido.

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