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VERSO 25

na vikriyā viśva-suhṛt-sakhasya
sāmyena vītābhimates tavāpi
mahad-vimānāt sva-kṛtād dhi mādṛṅ
naṅkṣyaty adūrād api śūlapāṇiḥ

na — não; vikriyā — transformação material; viśva-suhṛt — da Suprema Personalidade de Deus, que é amigo de todos; sakhasya — de ti, o amigo; sāmyena — devido ao teu equilíbrio mental; vīta-abhimateḥ — que eliminaste por completo o conceito de vida corpórea; tava — teu; api — na verdade; mahat-vimānāt — do insulto a um grande devoto; sva-kṛtāt — de minha própria atividade; hi — decerto; mādṛk — uma pessoa como eu; naṅkṣyati — será destruída; adūrāt — muito em breve; api — com certeza; śūla-pāṇiḥ — muito embora seja tão poderoso como o senhor Śiva (Śūlapāṇi).

Ó meu querido senhor, és amigo da Suprema Personalidade de Deus, quem, por Sua vez, é amigo de todas as entidades vivas. Portanto, és equânime para com todos, e estás livre da concepção corpórea. Embora eu tenha cometido uma ofensa ao insultar-te, sei que nada ganharás e nada perderás com o meu insulto. Estás fixo em tua determinação, mas cometi uma ofensa. Devido a isso, mesmo que eu fosse tão forte como o senhor Śiva, serei aniquilado imediatamente em razão de minha ofensa aos pés de lótus de um vaiṣṇava.

SIGNIFICADO—Mahārāja Rahūgaṇa era muito inteligente e conhecia os efeitos inauspiciosos decorrentes do insulto a um vaiṣṇava. Portanto, ele estava muito ansioso por ser perdoado por Jaḍa Bharata. Seguindo os passos de Mahārāja Rahūgaṇa, todos devem tomar cuidado para não cometer ofensas aos pés de lótus de um vaiṣṇava. No Caitanya-bhāgavata (Madhya 13), Śrīla Vṛndāvana Dāsa Ṭhākura diz:

śūlapāṇi-sama yadi bhakta-nindā kare
bhāgavata pramāṇa — tathāpi śīghra mare
hena vaiṣṇavere ninde sarvajña ha-i
se janera adhaḥ-pāta sarva-śāstre ka-i

“Mesmo que alguém seja tão forte como o senhor Śiva, o qual carrega um tridente em sua mão, ainda assim, cairá de sua posição espiritual ao insultar um vaiṣṇava. Esse é o veredicto de todas as escrituras védicas.” Ele também diz isso no Caitanya-bhāgavata (Madhya 22).

vaiṣṇavera nindā karibeka yāra gaṇa
tāra rakṣā sāmarthya nāhika kona jana
śūlapāṇi-sama yadi vaiṣṇavere ninde
tathāpiha nāśa yāya — kahe śāstra-vṛnde
ihā nā māniyā ye sujana nindā kare
janme janme se pāpiṣṭha daiva-doṣe mare

“Aquele que blasfema contra um vaiṣṇava não pode ser protegido por ninguém. Mesmo que alguém seja tão forte como o senhor Śiva, se ele blasfemar um vaiṣṇava, é certo que será destruído. Esse é o veredicto de todos os śāstras. Se alguém não se importa com o veredito dos śāstras e ousa blasfemar um vaiṣṇava, ele sofrerá vida após vida por causa disso.”

Neste ponto, encerram-se os Significados Bhaktivedanta do quinto canto, décimo capítulo, do Śrīmad-Bhāgavatam, intitulado “O Debate entre Jaḍa Bharata e Mahārāja Rahūgaṇa”.

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