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VERSO 12

kṣetrajña etā manaso vibhūtīr
jīvasya māyā-racitasya nityāḥ
āvirhitāḥ kvāpi tirohitāś ca
śuddho vicaṣṭe hy aviśuddha-kartuḥ

kṣetra-jñaḥ — a alma individual; etāḥ — todas estas; manasaḥ — da mente; vibhūtīḥ — diferentes atividades; jīvasya — da entidade viva; māyā-racitasya — criadas pela energia material externa; nityāḥ — desde tempos imemoriais; āvirhitāḥ — às vezes, manifestas; kvāpi — em algum lugar; tirohitāḥ ca — e imanifestas; śuddhaḥ — puras; vicaṣṭe — vê isto; hi — decerto; aviśuddha — impuras; kartuḥ — do agente.

A alma individual desprovida de consciência de Kṛṣṇa tem muitas ideias e atividades que a energia externa cria em sua mente. Elas existem desde tempos imemoriais. Às vezes, manifestam-se no estado de vigília e, outras vezes, no estado onírico, porém, durante o sono profundo [inconsciência] ou o transe, elas desaparecem. A pessoa que, mesmo nesta vida, é liberada [jīvan-mukta] pode ver com muita clareza todas essas coisas.

SIGNIFICADO—Como afirma a Bhagavad-gītā (13.3): kṣetra-jñaṁ cāpi māṁ viddhi sarva-kṣetreṣu bhārata. Existem duas classes de kṣetrajña, ou seres vivos, a saber, o ser vivo individual e o ser vivo supremo. O ser vivo comum conhece seu corpo até certo ponto, mas o Supremo, Paramātmā, conhece a condição de todos os corpos. O ser vivo individual é localizado, e o Supremo, Paramātmā, é onipenetrante. Neste śloka, a palavra kṣetrajña se refere ao ser vivo comum, e não ao ser vivo supremo. Há duas categorias em que esse ser vivo comum pode enquadrar-se – nitya-baddha e nitya-mukta. Um diz respeito ao ser vivo eternamente condicionado, e o outro ao eternamente liberado. Os seres vivos eternamente liberados estão no jagat Vaikuṇṭha, o mundo espiritual, e jamais caem no mundo material. Aqueles que vivem no mundo material são almas condicionadas, nitya-baddhas. Ao controlar a mente, os nitya-baddhas podem libertar-se, pois a causa da vida condicionada é a mente. Quando a mente é domada e a alma não está sob o controle da mente, a alma pode liberar-se mesmo enquanto está neste mundo material. Ao liberar-se, a pessoa se chama jīvan-mukta. Um jīvan-mukta sabe como se tornou condicionado; portanto, tenta purificar-se e busca voltar ao lar, voltar ao Supremo. A alma eternamente condicionada é eternamente condicionada porque se deixa controlar pela mente. Compara-se o estado condicionado e o estado liberado à sonolência, ou inconsciência, e à vigília. Aqueles que estão dormindo e, portanto, estão inconscientes, são eternamente condicionados, mas aqueles que estão acordados entendem que são eternas partes integrantes de Kṛṣṇa, a Suprema Personalidade de Deus. Logo, mesmo neste mundo material, eles se ocupam no serviço a Kṛṣṇa. Como confirma Śrīla Rūpa Gosvāmī, īhā yasya harer dāsye. Se alguém passa a servir a Kṛṣṇa, libera-se, muito embora pareça ser uma alma condicionada que vive dentro do mundo material. Jīvan-muktaḥ sa ucyate. Sob qualquer hipótese, a pessoa cuja única atividade é prestar serviço a Kṛṣṇa deve ser tida como liberada.

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