VERSO 17
tair vañcito haṁsa-kulaṁ samāviśann
arocayan śīlam upaiti vānarān
taj-jāti-rāsena sunirvṛtendriyaḥ
parasparodvīkṣaṇa-vismṛtāvadhiḥ
taiḥ — por eles (os trapaceiros e impostores, os pseudo-yogīs, falsos svāmīs, pretensas encarnações e gurus farsantes); vañcitaḥ — sendo enganada; haṁsa-kulam — a associação de grandes paramahaṁsas, ou devotos; samāviśan — entrando em contato com; arocayan — não estando satisfeita com; śīlam — o comportamento deles; upaiti — aproxima-se de; vānarān — macacos, que são todos devassos, desprovidos de bom caráter; tat-jāti-rāsena — através do gozo dos sentidos na companhia desses libertinos; sunirvṛta-indriyaḥ — estando muito satisfeita por obter a oportunidade de desfrutar dos seus sentidos; paraspara — de um e de outro; udvīkṣaṇa — vendo os rostos; vismṛta — que se esqueceu; avadhiḥ — do fim da vida.
Sentindo-se enganada por eles, a entidade viva na floresta do mundo material tenta abandonar a associação desses assim chamados yogīs, svāmīs e encarnações e busca a associação de devotos autênticos, mas, devido ao seu infortúnio, não consegue seguir as instruções do mestre espiritual ou dos devotos avançados. Então, abandonando essa associação, volta a conviver com macacos cujo único interesse é desfrutar dos seus sentidos e de mulheres. O indivíduo obtém satisfação associando-se com hedonistas e desfrutando de sexo e drogas. Dessa maneira, arruína sua vida simplesmente se entregando ao sexo e à intoxicação. Contemplando o rosto de outros hedonistas, esquece-se de tudo e, assim, caminha rumo à morte.
SIGNIFICADO—Às vezes, um tolo se enfastia das más companhias, busca estar com os devotos e brāhmaṇas e é iniciado pelo mestre espiritual. Conforme aconselhado por este, ele tenta seguir os princípios reguladores, mas, em razão de seu infortúnio, não consegue seguir as instruções do mestre espiritual. Portanto, abandonando a companhia dos devotos, ele vai associar-se com pessoas simiescas que estão simplesmente interessadas em sexo e drogas. Comparam-se os pretensos espiritualistas com macacos. Externamente, os macacos às vezes parecem sādhus porque vivem nus na floresta e colhem frutas, mas seu único desejo é manter muitas macacas e gozar de vida sexual. Às vezes, pretensos espiritualistas que buscam a vida espiritual associam-se com os devotos conscientes de Kṛṣṇa, mas, na verdade, não conseguem seguir os princípios reguladores nem seguir o caminho da vida espiritual. Em consequência disso, deixam a companhia dos devotos e vão associar-se com pessoas hedonistas, que são comparadas a macacos. Voltam, então, a mergulhar no sexo e na intoxicação e, olhando-se mutuamente no rosto, satisfazem-se com isso. Mesmo quando chega o momento da morte, continuam com esse tipo de vida.