VERSO 13
yatra ha deva-patayaḥ svaiḥ svair gaṇa-nāyakair vihita-mahārhaṇāḥ sarvartu-kusuma-stabaka-phala-kisalaya-śriyānamyamāna-viṭapa-latā-viṭapibhir upaśumbhamāna-rucira-kānanāśramāyatana-varṣa-giri-droṇīṣu tathā cāmala-jalāśayeṣu vikaca-vividha-nava-vanaruhāmoda-mudita-rāja-haṁsa-jala-kukkuṭa-kāraṇḍava-sārasa-cakravākādibhir madhukara-nikarākṛtibhir upakūjiteṣu jala-krīḍādibhir vicitra-vinodaiḥ sulalita-sura-sundarīṇāṁ kāma-kalila-vilāsa-hāsa-līlāvalokākṛṣṭa-mano-dṛṣṭayaḥ svairaṁ viharanti.
yatra ha — nesses oito trechos de terra; deva-patayaḥ — os senhores dos semideuses, como, por exemplo, o senhor Indra; svaiḥ svaiḥ — pelos seus próprios respectivos; gaṇa-nāyakaiḥ — líderes dos servos; vihita — supridos com; mahā-arhaṇāḥ — presentes valiosos, tais como polpa de sândalo e guirlandas; sarva-ṛtu — em todas as estações; kusuma-stabaka — de cachos de flores; phala — de frutas; kisalaya-śriyā — pelas opulências de brotos; ānamyamāna — curvando-se; viṭapa — cujos galhos; latā — e trepadeiras; viṭapibhiḥ — por muitas árvores; upaśumbhamāna — estando plenamente decorados; rucira — belos; kānana — jardins; āśrama-āyatana — e muitos eremitérios; varṣa-giri-droṇīṣu — os vales entre as montanhas que estabelecem os limites dos trechos de terra; tathā — bem como; ca — também; amala-jala-āśayeṣu — nos lagos com água cristalina; vikaca — que acabam de desabrochar; vividha — muitas variedades; nava-vanaruha-āmoda — pela fragrância das flores de lótus; mudita — entusiasmados; rāja-haṁsa — grandes cisnes; jala-kukkuṭa — galinha-d’água; kāraṇḍava — aves aquáticas chamadas kāraṇḍavas; sārasa — grous; cakravāka-ādibhiḥ — pelos pássaros conhecidos como cakravākas e assim por diante; madhukara-nikara-ākṛtibhiḥ — pelas abelhas; upakūjiteṣu — que nasceram para zunir; jala-krīḍā-ādibhiḥ — tais como diversões na água; vicitra — vários; vinodaiḥ — pelos passatempos; su-lalita — atrativos; sura-sundarīṇām — das mulheres dos semideuses; kāma — da luxúria; kalila — nascidos; vilāsa — passatempos; hāsa — sorrindo; līlā-avaloka — pelos olhares faceiros; ākṛṣṭa-manaḥ — cujas mentes deixam-se atrair; dṛṣṭayaḥ — e cuja visão sente-se atraída; svairam — com muita liberdade; viharanti — ocupam-se em folguedos.
Em cada uma dessas extensões de terra, existem muitos jardins repletos de flores e frutas sazonais, e existem também eremitérios belamente decorados. Entre as grandes montanhas que demarcam essas terras, encontram-se enormes lagos de água cristalina, cheios de flores de lótus recém-desabrochadas. As aves aquáticas, tais como os cisnes, patos, galinhas-d’água e grous ficam muito agitadas com a fragrância das flores de lótus, e o som fascinante das abelhas invade o ar. Os habitantes dessas terras são líderes importantes entre os semideuses. Sempre servidos por seus respectivos servos, gozam da vida em jardins ao longo dos lagos. Nessa situação agradável, as esposas dos semideuses sorriem de modo galhofeiro para seus esposos e olham para eles com desejos luxuriosos. Todos os semideuses e suas esposas estão constantemente recebendo de seus servos polpa de sândalo e guirlandas de flores. Dessa maneira, todos os habitantes dos oito varṣas celestiais deleitam-se, atraídos pelas atividades do sexo oposto.
SIGNIFICADO—Aqui temos uma descrição dos planetas celestiais inferiores. Os habitantes desses planetas desfrutam a vida em uma atmosfera agradável, onde há lagos límpidos repletos de flores de lótus recém-desabrochadas e jardins cheios de frutas, flores, várias espécies de pássaros e abelhas a zumbirem. Nessa atmosfera, gozam da vida com suas belíssimas esposas, que sempre estão excitadas sexualmente. Todavia, como se explicará nos versos subsequentes, todos eles são devotos da Suprema Personalidade de Deus. Os habitantes desta Terra também desejam semelhante prazer celestial, mas, quando, de alguma forma, obtêm ditos desfrutes, tais como sexo e intoxicação, esquecem-se por completo de servir ao Senhor Supremo. No entanto, embora nos planetas celestiais os habitantes tenham acesso a um gozo sensorial superior, eles nunca se esquecem de que são servos eternos do Ser Supremo.