VERSO 35
oṁ namo bhagavate mantra-tattva-liṅgāya yajña-kratave mahā-dhvarāvayavāya mahā-puruṣāya namaḥ karma-śuklāya tri-yugāya namas te.
om — ó Senhor; namaḥ — respeitosas reverências; bhagavate — à Suprema Personalidade de Deus; mantra-tattva-liṅgāya — que é compreendido de verdade mediante diferentes mantras; yajña — sob a forma de sacrifícios de animais; kratave — e sacrifício de animais; mahā-dhvara — grandes sacrifícios; avayavāya — cujos membros e partes corpóreas; mahā-puruṣāya — à Pessoa Suprema; namaḥ — respeitosas reverências; karma-śuklāya — que purifica as atividades fruitivas das entidades vivas; tri-yugāya — à Suprema Personalidade de Deus, que é pleno de seis opulências e que aparece em três yugas (permanecendo disfarçado no quarto yuga); namaḥ — minhas respeitosas reverências; te — a Vós.
Ó Senhor, oferecemos nossas respeitosas reverências à Vossa pessoa gigantesca. Pelo simples fato de cantarmos mantras, seremos capazes de entender-Vos plenamente. Sois o yajña [sacrifício] e sois o kratu [ritual]. Portanto, todas as cerimônias ritualísticas de sacrifícios fazem parte de Vosso corpo transcendental, e sois o único desfrutador de todos os sacrifícios. Vossa forma é constituída de bondade transcendental. Sois conhecido como tri-yuga porque, em Kali-yuga, aparecestes como uma encarnação disfarçada e porque possuís em plenitude os três pares de opulências.
SIGNIFICADO—Como se confirma em muitas passagens dos Purāṇas, do Mahābhārata, do Śrīmad-Bhāgavatam e das Upaniṣads, Śrī Caitanya Mahāprabhu é a encarnação para esta era de Kali. O resumo de Seu aparecimento é dado no Caitanya-caritāmṛta (Madhya 6.99) da seguinte maneira:
kali-yuge līlāvatāra nā kare bhagavān
ataeva ‘tri-yuga’ kari’ kahi tāra nāma
Nesta era de Kali, a Suprema Personalidade de Deus (Bhagavān) não aparece como līlāvatāra, uma encarnação que realiza passatempos. Portanto, Ele é conhecido como tri-yuga. Ao contrário de outras encarnações, nesta era de Kali, o Senhor Śrī Caitanya Mahāprabhu aparece como um devoto do Senhor. Portanto, Ele é chamado de encarnação disfarçada (channāvatāra).