VERSO 10
vācaṁ paraṁ caraṇa-pañjara-tittirīṇāṁ
brahmann arūpa-mukharāṁ śṛṇavāma tubhyam
labdhā kadamba-rucir aṅka-viṭaṅka-bimbe
yasyām alāta-paridhiḥ kva ca valkalaṁ te
vācam — a vibração ressonante; param — apenas; caraṇa-pañjara — dos sinos de tornozelo; tittirīṇām — dos pássaros tittiri; brahman — ó brāhmaṇa; arūpa — sem forma; mukharām — que podem ser ouvidos muito distintamente; śṛṇavāma — eu ouço; tubhyam — teus; labdhā — obtidos; kadamba — como a flor kadamba; ruciḥ — cor suave; aṅkaviṭaṅka-bimbe — nos belos quadris bem torneados; yasyām — sobre os quais; alāta-paridhiḥ — círculo de brasas incandescentes; kva — onde; ca — também; valkalam — roupa que cubra; te — tua.
Ó brāhmaṇa, posso ouvir muito bem o tilintar de teus sinos de tornozelo. Dentro desses sinos, pássaros tittiri parecem estar chilreando uns para os outros. Mesmo sem vê-los, posso ouvir-lhes o chilreio. Quando olho para teus quadris tão belos e bem torneados, percebo neles a suave cor de flores kadamba, e vejo um cinto de brasas incandescentes em volta de tua cintura. Na verdade, pareces ter te esquecido de te vestires.
SIGNIFICADO—Cheio de desejos luxuriosos ao ver Pūrvacitti, Āgnīdhra fitou especialmente os atrativos quadris e a cintura da jovem. Quando um homem, movido por tais desejos luxuriosos, olha para uma mulher, o rosto, os seios e a cintura da mulher o cativam, pois, em primeiro lugar, a mulher atrai o homem incentivando-o a satisfazer seus desejos sexuais valendo-se das belas feições de seu rosto, do belo desenho de seus seios e também de sua cintura. Pūrvacitti estava vestida com fina seda amarela, daí seus quadris parecerem flores kadamba. Devido ao seu cinto, ela parecia ter a cintura rodeada por brasas incandescentes. Ela estava toda vestida, mas Āgnīdhra tornara-se tão luxurioso que perguntou: “Por que vieste nua?”