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VERSO 17

śrī-bhagavān uvāca
aho batāham ṛṣayo bhavadbhir avitatha-gīrbhir varam asulabham abhiyācito yad amuṣyātmajo mayā sadṛśo bhūyād iti mamāham evābhirūpaḥ kaivalyād athāpi brahma-vādo na mṛṣā bhavitum arhati mamaiva hi mukhaṁ yad dvija-deva-kulam.

śrī-bhagavān uvāca — a Suprema Personalidade de Deus disse; aho — oh; bata — decerto estou satisfeito; aham — Eu; ṛṣayaḥ — ó grandes sábios; bhavadbhiḥ — com vossas; avitatha-gīrbhiḥ — cujas palavras são inteiramente verazes; varam — por uma bênção; asulabham — muito difícil de se alcançar; abhiyācitaḥ — foi pedido; yat — isto; amuṣya — do rei Nābhi; ātma-jaḥ — um filho; mayā sadṛśaḥ — como Eu; bhūyāt — pode haver; iti — assim; mama — Meu; aham — Eu; eva — apenas; abhirūpaḥ — nível de igualdade; kaivalyāt — porque não há ninguém que se compare a Mim; athāpi — todavia; brahma-vādaḥ — as palavras faladas pelos brāhmaṇas qualificados; na — não; mṛṣā — falsas; bhavitum — tornar-se; arhati — devem; mama — Minha; eva — certamente; hi — porque; mukham — boca; yat — esta; dvija-deva-­kulam — a classe de brāhmaṇas puros.

A Suprema Personalidade de Deus respondeu: Ó grandes sábios, decerto estou muito satisfeito com vossas orações. Sois todos verazes. Orastes pedindo a bênção de que ao rei Nābhi fosse concedido um filho igual a Mim, sendo isso muito difícil de se obter. Como sou a Pessoa Suprema, inigualável, e como ninguém é igual a Mim, é impossível de se encontrar outra personalidade semelhante a Mim. Em todo caso, porque todos vós sois brāhmaṇas qualificados, vossas vibrações não devem passar por falsas. Considero que os brāhmaṇas dotados de qualidades bramânicas estão no mesmo nível que Minha boca.

SIGNIFICADO—A palavra avitatha-gīrbhiḥ significa “aqueles cujas vibrações vocais não podem ser anuladas.” As regulações dos śāstras conferem aos brāhmaṇas (dvija, “os duas vezes nascidos”) a oportunidade de se tornarem quase tão poderosos quanto o Senhor Supremo. Qualquer coisa que um brāhmaṇa fale não pode ser anulada ou modificada em circunstância alguma. De acordo com os preceitos védicos, o brāhmaṇa é a boca da Suprema Personalidade de Deus, de modo que, em todos os rituais, oferta-se alimento ao brāhmaṇa (brāhmaṇa-bhojana), haja vista que, quando o brāhmaṇa come, considera-se que o próprio Senhor Supremo come. Do mesmo modo, o que quer que o brāhmaṇa diga não pode ser mudado. Isso acontecerá impreterivelmente. Os sábios eruditos que atuavam como sacerdotes no sacrifício de Mahārāja Nābhi eram não apenas brāhmaṇas, senão que também eram tão qualificados que se equiparavam aos devas, semideuses, ou ao próprio Deus. Se isso não fosse verdade, como poderiam convidar o Senhor Viṣṇu a ir até a arena de sacrifício? Deus é único, e Ele não pertence a esta ou àquela religião. Em Kali-yuga, diferentes seitas religiosas consideram seu Deus diferente do Deus de outras seitas, mas isso não é possível. Deus é um só, e Ele é apreciado de acordo com diferentes ângulos de visão. Neste verso, a palavra kaivalyāt significa que Deus é inigualável. Existe apenas um único Deus. A Śvetāśvatara Upaniṣad (6.8) diz que na tat-samaś cābhyadhikaś ca dṛśyate: “Ninguém pode igualá-lO ou superá-lO.” É essa a maneira de se definir Deus.

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