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VERSO 11

yadā tu parata āhāraṁ karma-vetanata īhamānaḥ sva-bhrātṛbhir api kedāra-karmaṇi nirūpitas tad api karoti kintu na samaṁ viṣamaṁ nyūnam adhikam iti veda kaṇa-piṇyāka-phalī-karaṇa-kulmāṣa-sthālīpurīṣādīny apy amṛtavad abhyavaharati.

yadā — quando; tu — porém; parataḥ — dos outros; āhāram — alimento; karma-vetanataḥ — como salário de trabalho; īhamānaḥ — em busca de; sva-bhrātṛbhiḥ api — mesmo por seus próprios irmãos consanguíneos; kedāra-karmaṇi — em trabalhar no campo e acertar o trabalho agrícola; nirūpitaḥ — ocupado; tat api — também nesses momentos; karoti — ele costumava fazer; kintu — mas; na — não; samam — nível; viṣamam — irregular; nyūnam — deficiente; adhikam — mais elevado; iti — assim; veda — ele sabia; kaṇa — arroz quebrado; piṇyāka — ração de gado; phalī-karaṇa — a casca do arroz; kulmāṣa — grãos carunchosos; sthālī-purīṣa-ādīni — arroz queimado, grudado na panela e assim por diante; api — mesmo; amṛta-vat — tal qual néctar; abhyavaharati — costumava comer.

Jaḍa Bharata costumava trabalhar apenas a troco de comida. Seus irmãos consanguíneos aproveitavam-se disso e, em troca de algum alimento, ocupavam-no em trabalhos agrícolas, mas, na verdade, ele não tinha nenhum conhecimento de como fazer um bom trabalho no campo. Ele não sabia onde despejar a terra ou onde deixar o solo nivelado ou irregular. Seus irmãos costumavam lhe dar arroz quebrado, ração de gado, casca de arroz, cereais carunchosos e grãos queimados que estavam grudados na panela, mas ele alegremente aceitava tudo isso como se fosse néctar. Não resmungava e, muito satisfeito, comia tudo isso.

SIGNIFICADO—Descreve-se na Bhagavad-gītā (2.15) a plataforma de paramahaṁsa: sama-duḥkha-sukhaṁ dhīraṁ so ’mṛtatvāya kalpate. Quando a pessoa é insensível a toda dualidade, a saber, a felicidade e a tristeza deste mundo material, ela qualifica-se a estabelecer-se em amṛtatva, a vida eterna. Bharata Mahārāja estava determinado a encerrar suas atividades neste mundo material e não estava em nada interessado no mundo de dualidades. Ele estava em completa consciência de Kṛṣṇa, alheio ao bem e ao mal, à felicidade e à tristeza. Como se afirma no Caitanya-caritāmṛta (Antya 4.176):

‘dvaite’ bhadrābhadra-jñāna, saba-‘manodharma’
‘ei bhāla, ei manda’ — saba ‘bhrama’

“No mundo material, todos os conceitos de bem e mal são meras especulações mentais. Portanto, dizer: ‘Isto é bom e isto é ruim’, é inteiramente errado.” A pessoa deve entender que, no mundo material de dualidades, pensar que algo é bom, ou que algo é ruim, é uma simples invenção mental. Contudo, ninguém deve imitar essa consciência; na verdade, devemos situar-nos na plataforma espiritual de neutralidade.

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