No edit permissions for Português

VERSO 33

kasya vā kuta āyātāḥ
kasmād asya niṣedhatha
kiṁ devā upadevā yā
yūyaṁ kiṁ siddha-sattamāḥ

kasya — servos de quem; — ou; kutaḥ — de onde; āyātāḥ — viestes; kasmāt — qual a razão; asya — (o ato de levar) esse Ajāmila; niṣedhatha — estais proibindo; kim — se; devāḥ — semideuses; upadevāḥ — semideuses subalternos; yāḥ — quem; yūyam — todos vós; kim — caso; siddha-sat-tamāḥ — os melhores seres perfeitos, os devotos puros.

Queridos senhores, de quem sois servos, de onde viestes e por que nos proibis de tocar no corpo de Ajāmila? Sois semideuses dos planetas celestiais, sois semideuses subalternos ou sois os melhores devotos?

SIGNIFICADO—A palavra mais expressiva usada neste verso é siddha-sattamāḥ, que significa “os melhores entre os perfeitos”. Na Bhagavad-gītā (7.3), afirma-se que manuṣyāṇāṁ sahasreṣu kaścid yatati siddhaye: entre milhões de pessoas, talvez uma tente tornar-se siddha, per­feita – ou, em outras palavras, autorrealizada. A pessoa autorreali­zada sabe que não é o corpo e, sim, alma espiritual (ahaṁ brahmāsmi). No momento atual, praticamente todos ignoram esse fato, mas aquele que entende isso alcançou a perfeição e, portanto, é chamado de siddha. Quando alguém entende que a alma é parte integrante da alma suprema e, assim, ocupa-se em serviço devocional à alma suprema, torna-se siddha-sattama. Então, ele está apto a viver nos pla­netas Vaikuṇṭha ou Kṛṣṇaloka. A palavra siddha-sattama, portanto, refere-se ao devoto puro, liberado.

Como são servos de Yamarāja, que também é um dos siddha­-sattamas, os Yamadūtas sabiam que o siddha-sattama está situado acima dos semideuses ou de semideuses subalternos e, com efeito, acima de todas as entidades vivas dentro deste mundo material. Portanto, os Yamadūtas perguntaram por que os Viṣṇudūtas se faziam presentes em um local onde um homem pecaminoso estava prestes a morrer.

Deve-se notar que Ajāmila ainda não tinha morrido, pois os Yamadūtas estavam tentando arrancar de seu coração a alma. Con­tudo, não puderam tirar-lhe a alma, de modo que Ajāmila ainda não havia morrido. Isso será exposto nos versos seguintes. Enquanto prosse­guia a discussão entre os Yamadūtas e os Viṣṇudūtas, Ajāmila estava em um simples estado de inconsciência. Através desse debate, seria decidido a quem caberia ficar com a alma de Ajāmila.

« Previous Next »