VERSO 21
ekaḥ sṛjati bhūtāni
bhagavān ātma-māyayā
eṣāṁ bandhaṁ ca mokṣaṁ ca
sukhaṁ duḥkhaṁ ca niṣkalaḥ
ekaḥ — uno; sṛjati — cria; bhūtāni — diferentes categorias de entidades vivas; bhagavān — a Suprema Personalidade de Deus; ātma-māyayā — através de Suas potências pessoais; eṣām — de todas as almas condicionadas; bandham — a vida condicionada; ca — e; mokṣam — a vida liberada; ca — também; sukham — felicidade; duḥkham — aflição; ca — e; niṣkalaḥ — não Se deixando afetar pelas qualidades materiais.
A Suprema Personalidade de Deus é única. Não Se deixando afetar pelas condições do mundo material, Ele, através de Sua própria potência pessoal, cria todas as almas condicionadas. Como está contaminada pela energia material, a entidade viva é posta em ignorância e, dessa maneira, fica em diferentes condições de cativeiro. Às vezes, através do conhecimento, a entidade viva recebe a liberação. Em sattva-guṇa e rajo-guṇa, ela está sujeita à felicidade e à aflição.
SIGNIFICADO—Talvez alguém pergunte por que as entidades vivas estão situadas em diferentes condições e quem determinou isso. A resposta é que, sem a ajuda de ninguém, a Suprema Personalidade de Deus estabeleceu isso. O Senhor tem Suas próprias energias (parāsya śaktir vividhaiva śrūyate), e uma delas, a saber, a energia externa, cria o mundo material e os vários tipos de felicidade e aflição pelos quais passam as almas condicionadas sob a supervisão do Senhor. O mundo material consiste nos três modos da natureza material – sattva-guṇa, rajo-guṇa e tamo-guṇa. Através de sattva-guṇa, o Senhor mantém o mundo material; através de rajo-guṇa, Ele o cria, e, mediante tamo-guṇa, Ele o aniquila. Depois que são criadas, as várias classes de entidades vivas ficam sujeitas à felicidade e à aflição de acordo com suas associações. Quando estão em sattva-guṇa, o modo da bondade, elas sentem felicidade; quando estão em rajo-guṇa, sentem-se aflitas, e, quando estão em tamo-guṇa, não têm ideia do que lhes compete fazer ou do que é certo ou errado.