VERSO 13
athainaṁ māpanayata
kṛtāśeṣāgha-niṣkṛtam
yad asau bhagavan-nāma
mriyamāṇaḥ samagrahīt
atha — portanto; enam — a ele (Ajāmila); mā — não; apanayata — tenteis levar; kṛta — tendo sido feita; aśeṣa — ilimitada; agha-niṣkṛtam — expiação de suas atividades pecaminosas; yat — porque; asau — ele; bhagavat-nāma — o santo nome da Suprema Personalidade de Deus; mriyamāṇaḥ — enquanto morria; samagrahīt — cantou perfeitamente.
Na hora da morte, Ajāmila, sentindo-se desamparado e falando muito alto, cantou o santo nome do Senhor, Nārāyaṇa. Bastou este canto para que ele ficasse livre das reações de toda a vida pecaminosa. Portanto, ó servos de Yamarāja, não queirais que ele receba a punição de ser lançado em condições infernais e, portanto, eximi-vos de levá-lo até vosso mestre.
SIGNIFICADO—Os Viṣṇudūtas, que são autoridades superiores, deram ordens aos Yamadūtas, os quais não sabiam que Ajāmila não estava mais sujeito à tribulação da vida infernal, onde deveria sofrer as consequências de seus feitos passados. Embora tivesse cantado o santo nome “Nārāyaṇa” para chamar seu filho, o santo nome é tão transcendentalmente poderoso que o libertou automaticamente por ter cantado o santo nome enquanto morria (ante nārāyaṇa-smṛtiḥ). Como Kṛṣṇa confirma na Bhagavad-gītā (7.28):
yeṣāṁ tv anta-gataṁ pāpaṁ
janānāṁ puṇya-karmaṇām
te dvandva-moha-nirmuktā
bhajante māṁ dṛḍha-vratāḥ
“As pessoas que, nesta vida, e em vidas anteriores, agiram piedosamente, cujas ações pecaminosas foram completamente erradicadas e que estão livres da dualidade da ilusão, ocupam-se em servir-Me com determinação.” Enquanto não estiver livre de todas as reações pecaminosas, a pessoa não poderá ser promovida à plataforma de serviço devocional. Em outra passagem da Bhagavad-gītā (8.5), afirma-se:
anta-kāle ca mām eva
smaran muktvā kalevaram
yaḥ prayāti sa mad-bhāvaṁ
yāti nāsty atra saṁśayaḥ
Se, na hora da morte, alguém se lembra de Kṛṣṇa, Nārāyaṇa, decerto se habilita a regressar imediatamente ao lar, de volta ao Supremo.