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VERSO 39

atha ha vāva tava mahimāmṛta-rasa-samudra-vipruṣā sakṛd avalīḍhayā sva-manasi niṣyandamānānavarata-sukhena vismārita-dṛṣṭa-śruta-viṣaya-sukha-leśābhāsāḥ parama-bhāgavatā ekāntino bhagavati sarva-bhūta-priya-suhṛdi sarvātmani nitarāṁ nirantaraṁ nirvṛta-manasaḥ katham u ha vā ete madhumathana punaḥ svārtha-kuśalā hy ātma-priya-suhṛdaḥ sādhavas tvac-caraṇāmbujānusevāṁ visṛjanti na yatra punar ayaṁ saṁsāra-paryāvartaḥ.

atha ha — portanto; vāva — na verdade; tava — Vossas; mahima — das glórias; amṛta — do néctar; rasa — da doçura; samudra — do ocea­no; vipruṣā — mediante uma gota; sakṛt — uma única vez; avalī­ḍhayā — saboreada; sva-manasi — em sua mente; niṣyandamāna — fluindo; anavarata — o tempo todo; sukhena — pela bem-aventurança transcendental; vismārita — esqueceu-se; dṛṣṭa — da visão material; śruta — e do som; viṣaya-sukha — da felicidade material; leśa-ābhā­sāḥ — o tênue reflexo de uma porção delgada; parama-bhāgavatāḥ —devotos grandiosos e sublimes; ekāntinaḥ — que têm fé apenas no Senhor Supremo e em nada mais; bhagavati — na Suprema Persona­lidade de Deus; sarva-bhūta — de todas as entidades vivas; priya — que é muito querido; suhṛdi — o amigo; sarva-ātmani — a Superalma de todos; nitarām — por completo; nirantaram — sem cessar; nirvṛta — com felicidade; manasaḥ — aqueles cujas mentes; katham — como; u ha — então; — ou; ete — esses; madhu-mathana — ó matador do de­mônio Madhu; punaḥ — de novo; sva-artha-kuśalāḥ — que conhecem muito bem o interesse da vida; hi — na verdade; ātma-priya-suhṛdaḥ — que Vos aceitaram como a Superalma, o mais querido amante e amigo; sādhavaḥ — os devotos; tvat-caraṇa-ambuja-anusevām — ser­viço aos pés de lótus de Vossa Onipotência; visṛjanti — podem aban­donar; na — não; yatra — onde; punaḥ — novamente; ayam — esta; saṁsāra-paryāvartaḥ — repetição de nascimentos e mortes dentro do mundo material.

Portanto, ó matador do demônio Madhu, incessante bem-aven­turança transcendental flui nas mentes daqueles que pelo menos uma vez saborearam uma simples gota do néctar do oceano de Vossas glórias. Tais devotos sublimes se esquecem do tênue reflexo emitido pela aparente felicidade material produzida pelos sentidos materiais de visão e audição. Livres de todos os desejos, esses devotos são os verdadeiros amigos de todas as entidades vivas. Oferecendo-Vos suas mentes e desfrutando de bem-aventurança transcendental, eles sabem muito bem como alcançar a verdadeira meta da vida. Ó Senhor, sois a alma e o querido amigo desses devotos, que nunca precisam regressar a este mundo material. Como eles poderiam deixar de ocupar­-se em Vosso serviço devocional?

SIGNIFICADO—Embora os não-devotos, devido ao seu escasso conhecimento e hábitos especulativos, não possam entender a verdadeira natureza do Senhor, o devoto que uma só vez saboreou o néctar dos pés de lótus do Senhor pode compreender o prazer transcendental que existe no serviço devocional ao Senhor. O devoto sabe que, simplesmente prestando serviço ao Senhor, ele serve a todos. Portanto, os devotos são os verdadeiros amigos de todas as entidades vivas. Somente um devoto puro pode pregar as glórias do Senhor para o benefício de todas as almas condicionadas.

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