VERSOS 6-7
yasmin vairānubandhena
vyūḍhena vibudhetarāḥ
bahavo lebhire siddhiṁ
yām u haikānta-yoginaḥ
tenāhaṁ nigṛhīto ’smi
bhavatā bhūri-karmaṇā
baddhaś ca vāruṇaiḥ pāśair
nātivrīḍe na ca vyathe
yasmin — a Vós; vaira-anubandhena — por tratar continuamente como inimigo; vyūḍhena — firmemente fixos nessa inteligência; vibudha-itarāḥ — os demônios (aqueles que não são semideuses); bahavaḥ — muitos deles; lebhire — alcançaram; siddhim — perfeição; yām — a qual; u ha — sabe-se muito bem; ekānta-yoginaḥ — igual às conquistas obtidas por yogīs místicos completamente exitosos; tena — portanto; aham — eu; nigṛhītaḥ asmi — embora esteja sendo punido; bhavatā — por Vossa Onipotência; bhūri-karmaṇā — que pode fazer tantas coisas maravilhosas; baddhaḥ ca — eu estou preso e atado; vāruṇaiḥ pāśaiḥ — pelas cordas de Varuṇa; na ati-vrīḍe — não estou nem um pouco envergonhado; na ca vyathe — tampouco estou sofrendo muito.
Muitos demônios que continuamente eram Vossos inimigos acabaram alcançando a perfeição própria de grandes yogīs místicos. Vossa Onipotência pode, através de uma única atividade, satisfazer muitos propósitos, e, consequentemente, embora me tenhais punido de tantas maneiras, não me sinto envergonhado de ter sido preso pelas cordas de Varuṇa, tampouco me sinto lesado.
SIGNIFICADO—Bali Mahārāja apreciava a misericórdia que o Senhor outorgava não apenas a ele, mas também a tantos outros demônios. Porque essa misericórdia é distribuída liberalmente, o Senhor Supremo é chamado de muitíssimo misericordioso. Bali Mahārāja, na verdade, era um devoto plenamente rendido, mas mesmo alguns demônios que não eram nem um pouco devotos, senão que eram meros inimigos do Senhor, alcançaram a mesma excelsa posição obtida por muitos yogīs místicos. Logo, Bali Mahārāja pôde entender que o Senhor tinha algum propósito oculto ao puni-lo. Em consequência disso, ele não se sentia infeliz nem envergonhado por causa da posição incômoda na qual foi posto pela Suprema Personalidade de Deus.