VERSO 37
ahaṁ tvām ṛṣibhiḥ sārdhaṁ
saha-nāvam udanvati
vikarṣan vicariṣyāmi
yāvad brāhmī niśā prabho
aham — Eu; tvām — a ti; ṛṣibhiḥ — com todas as pessoas santas; sārdham — todos juntos; saha — com; nāvam — o barco; udanvati — na água da devastação; vikarṣan — contatando; vicariṣyāmi — viajarei; yāvat — enquanto; brāhmī — referente ao senhor Brahmā; niśā — noite; prabho — ó rei.
Puxando o barco, no qual tu estarás com todos os ṛṣis, ó rei, viajarei pela água da devastação até que a noite do sono do senhor Brahmā termine.
SIGNIFICADO—De fato, esta devastação específica não ocorreu durante a noite do senhor Brahmā, mas durante o seu dia, pois foi durante a época de Cākṣuṣa Manu. A noite de Brahmā ocorre quando ele vai dormir, mas, durante o dia, existem quatorze Manus, um dos quais é Cākṣuṣa Manu. Portanto, Śrīla Viśvanātha Cakravartī Ṭhākura comenta que, embora fosse dia para o senhor Brahmā, Brahmā, de acordo com a vontade suprema do Senhor, sentiu sono por um pequeno momento. Esse curto período é tido como a noite do senhor Brahmā. Isso foi elaboradamente comentado por Śrīla Rūpa Gosvāmī no seu Laghu-bhāgavatāmṛta. Segue-se um resumo de sua análise. Porque Agastya Muni amaldiçoou Svāyambhuva Manu, ocorreu uma devastação durante a época de Svāyambhuva Manu. Essa devastação é mencionada no Matsya Purāṇa. Durante o período de Cākṣuṣa Manu, pela vontade suprema do Senhor, houve subitamente outro pralaya, ou devastação. Isso é mencionado por Mārkaṇḍeya Ṛṣi no Viṣṇu-dharmottara. No final da época de Manu, não é imperioso haver uma devastação, mas, no final do Cākṣuṣa-manvantara, a Suprema Personalidade de Deus, através de Sua energia ilusória, quis mostrar a Satyavrata os efeitos da devastação. Śrīla Śrīdhara Svāmī também concorda com essa opinião. O Laghu-bhāgavatāmṛta diz:
madhye manvantarasyaiva
muneḥ śāpān manuṁ prati
pralayo ’sau babhūveti
purāṇe kvacid īryate
ayam ākasmiko jātaś
cākṣuṣasyāntare manoḥ
pralayaḥ padmanābhasya
līlayeti ca kutracit
sarva-manvantarasyānte
pralayo niścitaṁ bhavet
viṣṇu-dharmottare tv etat
mārkaṇḍeyeṇa bhāṣitam
manor ante layo nāsti
manave ’darśi māyayā
viṣṇuneti bruvāṇais tu
svāmibhir naiṣa manyate