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VERSOS 15-16

śrī-śuka uvāca
yadā yuddhe ’surair devā
badhyamānāḥ śitāyudhaiḥ
gatāsavo nipatitā
nottiṣṭheran sma bhūriśaḥ

yadā durvāsaḥ śāpena
sendrā lokās trayo nṛpa
niḥśrīkāś cābhavaṁs tatra
neśur ijyādayaḥ kriyāḥ

śrī-śukaḥ uvācaŚrī Śukadeva Gosvāmī disse; yadā — quando; yuddhe — na luta; asuraiḥ — pelos demônios; devāḥ — os semideuses; badhyamānāḥ — sitiados; śita-āyudhaiḥ — por armas serpentinas; gata-­āsavaḥ — quase mortos; nipatitāḥ — alguns deles tendo tombado; na — não; uttiṣṭheran — reergueram-se; sma — assim se tornou; bhūriśaḥ — a maioria deles; yadā — quando; durvāsaḥ — lançada por Durvāsā Muni; śāpena — com a maldição; sa-indrāḥ — com Indra; lokāḥ trayaḥ — os três mundos; nṛpa — ó rei; niḥśrīkāḥ — sem nenhuma opulência material; ca — também; abhavan — tornaram-se; tatra — naquela época; neśuḥ — não podiam ser realizados; ijya-ādayaḥ — sacrifícios; kriyāḥ — cerimônias ritualísticas.

Śukadeva Gosvāmī disse: Quando os asuras, com suas armas ser­pentinas, atacaram os semideuses e lutaram severamente contra eles, muitos semideuses tombaram e perderam suas vidas. E, em verdade, não puderam ser revividos. Naquela época, ó rei, os semideuses haviam sido amaldiçoados por Durvāsā Muni, os três mundos estavam muitíssimo carentes de riquezas e, em razão disso, as cerimônias ritualís­ticas não podiam ser realizadas. As consequências disso foram muito graves.

SIGNIFICADO—Descreve-se que, enquanto passava pela estrada, Durvāsā Muni viu Indra montado nas costas de seu elefante e ficou satisfeito de tirar de seu próprio pescoço uma guirlanda para oferecê-la a Indra. Indra, entretanto, agindo de maneira muito arrogante, apanhou a guirlanda e, sem mostrar nenhum respeito a Durvāsā Muni, co­locou-a na tromba do elefante que o carregava. O elefante, sendo um animal, não podia entender o valor da guirlanda e, então, atirou-a entre suas pernas e a esmagou. Presenciando este comportamento insultuoso, Durvāsā Muni imediatamente amaldiçoou Indra a se tornar extremamente pobre, desprovido de toda opulência material. Assim os semideuses, afligidos de um lado pelos demônios belicosos e, de outro lado, pela maldição proferida por Durvāsā Muni, perderam todas as opulências materiais que possuíam nos três mundos.

Ser extremamente abastado em bens materiais é, algumas vezes, algo muito arriscado. Quem possui opulência material não se importa com ninguém e, desse modo, comete ofensas contra grandes personalidades, tais como os devotos e os grandes santos. Eis a consequência de possuir opulência material. Como descreve Śukadeva Gosvāmī, dhana-durmadāndha: muita riqueza cega as pessoas. Se isso acontece mesmo com Indra em seu reino celestial, o que falar, então, de outros seres deste mundo material? Quando alguém é materialmente rico, deve aprender a ser sóbrio e ter um bom comportamento com os vaiṣṇavas e pessoas santas; caso contrário, cairá.

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