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VERSO 43

dravyaṁ vayaḥ karma guṇān viśeṣaṁ
yad-yoga-māyā-vihitān vadanti
yad durvibhāvyaṁ prabudhāpabādhaṁ
prasīdatāṁ naḥ sa mahā-vibhūtiḥ

dravyam — os cinco elementos do mundo material; vayaḥ — tempo; karma — atividades fruitivas; guṇān — os três modos da natureza material; viśeṣam — as variedades causadas pelas combinações dos vinte e três elementos; yat — aquilo que; yoga-māyā — pela potência cria­dora existente no Senhor; vihitān — tudo feito; vadanti — todos os homens eruditos dizem; yat durvibhāvyam — que é realmente muito difícil de ser entendido; prabudha-apabādham — rejeitado pelos eruditos, por aqueles que têm muita capacidade; prasīdatām — que fique satisfeito; naḥ — conosco; saḥ — Ele; mahā-vibhūtiḥ — o controlador de tudo.

Todos os homens eruditos dizem que os cinco elementos, o tempo eterno, as atividades fruitivas, os três modos da natureza material e as variedades produzidas por esses modos são todos criações de yogamāyā. Este mundo material, portanto, é extremamente difícil de ser entendido, mas aqueles que são altamente eruditos rejeitaram-­no. Que a Suprema Personalidade de Deus, que controla tudo, fique satisfeito conosco.

SIGNIFICADO—Neste verso, a palavra durvibhāvyam é muito importante. Ninguém pode entender como é que, neste mundo material, tudo está acontecendo conforme o desígnio da Suprema Personalidade de Deus que aciona Suas energias materiais. Como se afirma na Bhagavad-gītā (9.10), mayādhyakṣeṇa prakṛtiḥ sūyate sacarācaram: tudo o que acontece está realmente sob a direção da Suprema Personalidade de Deus. Até este ponto trata-se de algo conhecível, mas saber como o fato transcorre é um fenômeno extremamente difícil de se depreender. Não podemos sequer entender como o funcionamento de nosso corpo acontece sistematicamente. O corpo é um pequeno universo, e, já que não podemos entender que fenômenos estão acontecendo dentro deste pequeno universo, como entender o funcionamento do grande universo? Na verdade, este universo é muito difícil de ser compreendido; no entanto, os sábios eruditos apregoam, e Kṛṣṇa também proclama, que este mundo material é duḥkhālayam aśāśvatam; em outras palavras, um lugar de sofrimentos e transitoriedade. Todos devem procurar abandonar este mundo e voltar ao lar, voltar à Personali­dade de Deus. Os materialistas podem argumentar: “Se este mundo material e seus afazeres são impossíveis de serem compreendidos, como podemos rejeitá-lo?” A resposta se encontra na palavra prabudhāpabādham. Temos de rejeitar este mundo material porque ele é rejeitado por aqueles que são entendidos em sabedoria védica. Muito embora não possamos entender o que é este mundo material, nós, de acordo com o conselho de pessoas eruditas, especialmente o conselho de Kṛṣṇa, devemos estar preparados para rejeitá-lo. Kṛṣṇa diz:

mām upetya punar janma
duḥkhālayam aśāśvatam
nāpnuvanti mahātmānaḥ
saṁsiddhiṁ paramāṁ gatāḥ

“Após Me alcançarem, as grandes almas, que são yogīs em devoção, jamais retornam a este mundo temporário, que é cheio de misérias, porque eles obtiveram a perfeição máxima.” (Bhagavad-gītā 8.15) Todos devem retornar ao lar, retornar ao Supremo, pois essa é a perfeição máxima da vida. Voltar ao Supremo significa preterir este mundo material. Muito embora não possamos entender o funcionamento deste mundo material nem se ele é bom ou ruim para nós, mesmo assim, de acordo com o conselho da autoridade suprema, devemos relegá-lo e voltar ao lar, voltar ao Supremo.

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