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VERSO 48

nāvamaḥ karma-kalpo ’pi
viphalāyeśvarārpitaḥ
kalpate puruṣasyaiva
sa hy ātmā dayito hitaḥ

na — não; avamaḥ — pouquíssimas, ou insignificantes; karma — atividades; kalpaḥ — executadas com perfeição; api — mesmo; viphalāya — são inúteis; īśvara-arpitaḥ — por serem dedicadas à Suprema Personalidade de Deus; kalpate — são aceitas como isso; puruasya — de todas as pessoas; eva — na verdade; saḥ — a Suprema Personali­dade de Deus; hi — decerto; ātmā — a Superalma, o pai supremo; dayitaḥ — extremamente querido; hitaḥ — benéfico.

As atividades dedicadas à Suprema Personalidade de Deus, mesmo se realizadas em pequena quantidade, nunca são inúteis. A Supre­ma Personalidade de Deus, sendo o pai supremo, é naturalmente muito querido e está sempre pronto para agir em prol das entidades vivas.

SIGNIFICADO—Na Bhagavad-gītā (2.40), o Senhor diz que svalpam apy asya dharmasya trāyate mahato bhayāt. Esse dharma, serviço devocional, é tão importante que, mesmo quando é executado em pequena quan­tidade, em um grau quase imperceptível, pode dar à pessoa o resultado supremo. Na história do mundo, existem muitos exemplos nos quais um serviço prestado ao Senhor – mesmo que muito pequeno – salvou a enti­dade viva do maior perigo. Ajāmila, por exemplo, foi salvo pela Suprema Personalidade de Deus do maior perigo, ou seja, escapou de ir para o inferno. Ele foi salvo pelo simples fato de, no fim de sua vida, ter pronunciado o nome de Nārāyaṇa. Ao proferir esse santo nome do Senhor, Nārāyaṇa, Ajāmila não o cantou com co­nhecimento; na realidade, ele estava chamando por seu filho caçula, cujo nome era Nārāyaṇa. Entretanto, o Senhor Nārāyaṇa levou esse canto a sério, de modo que foi concedido a Ajāmila o resultado proveniente de ante nārāyaṇa-smṛtiḥ, ou seja, o destino obtido por alguém que, no fim da vida, lembra-se de Nārāyaṇa. Se, de alguma forma, a pessoa, no fim da vida, consegue lembrar-se dos nomes Nārāyaṇa, Kṛṣṇa ou Rāma, ela imediatamente alcança como resultado transcen­dental a volta ao lar, a volta ao Supremo.

A Suprema Personalidade de Deus é realmente o nosso único objeto de amor. Enquanto estivermos neste mundo material, te­remos que tentar satisfazer muitos desejos, mas, ao entrarmos em contato com a Suprema Personalidade de Deus, imediatamente nos tornaremos perfeitos e plenamente satisfeitos, assim como uma criança fica plenamente satisfeita logo que é colocada no colo de sua mãe. Dhruva Mahārāja foi à floresta, onde, através de austerida­des e penitências, quis alcançar alguns resultados materiais; porém, quando viu realmente a Suprema Personalidade de Deus, ele disse: “Não desejo nenhuma bênção material. Estou inteiramente satisfeito.” Mesmo que alguém deseje receber algum benefício material através do serviço que presta à Suprema Personalidade de Deus, ele pode alcançá-lo com muita facilidade, sem precisar empreender um trabalho árduo. Portanto, o śāstra recomenda:

akāmaḥ sarva-kāmo vā
mokṣa-kāma udāra-dhīḥ
tīvreṇa bhakti-yogena
yajeta puruṣaṁ param

“A pessoa de inteligência mais desenvolvida, esteja ela repleta de todos os desejos materiais, não tenha nenhum desejo material ou deseje a liberação, deve, por todos os meios, adorar o todo supremo, a Personalidade de Deus.” (Śrīmad-Bhāgavatam 2.3.10) Mesmo que alguém tenha desejos materiais, pode indubitavelmente alcançar o que deseja prestando serviço ao Senhor.

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