VERSO 4
gurv-arthe tyakta-rājyo vyacarad anuvanaṁ padma-padbhyāṁ priyāyāḥ
pāṇi-sparśākṣamābhyāṁ mṛjita-patha-rujo yo harīndrānujābhyām
vairūpyāc chūrpaṇakhyāḥ priya-viraha-ruṣāropita-bhrū-vijṛmbha-
trastābdhir baddha-setuḥ khala-dava-dahanaḥ kosalendro ’vatān naḥ
guru-arthe — com o propósito de manter a promessa feita por Seu pai; tyakta-rājyaḥ — abandonando a posição de rei; vyacarat — vagou; anuvanam — de floresta a floresta; padma-padbhyām — com Seus dois pés de lótus; priyāyāḥ — com Sua queridíssima esposa, mãe Sītā; pāṇi-sparśa-akṣamābhyām — que eram tão delicados a ponto de não poderem suportar nem mesmo o contato da palma da mão de Sītā; mṛjita-patha-rujaḥ — cuja fadiga decorrente de Ele caminhar nas estradas foi mitigada; yaḥ — o Senhor que; harīndra-anujābhyām — acompanhado pelo rei dos macacos, Hanumān, e por Seu irmão caçula, Lakṣmaṇa; vairūpyāt — porque ficou desfigurada; śūrpaṇakhyāḥ — da Rākṣasī (demônia) chamada Śūrpaṇakhā; priya-viraha — sofrendo a separação de sua queridíssima esposa; ruṣā āropita-bhrū-vijṛmbha — pelo franzir irado de Suas sobrancelhas; trasta — temendo; abdhiḥ — o oceano; baddha-setuḥ — alguém que construiu uma ponte sobre o oceano; khala-dava-dahanaḥ — aquele que, igual a um fogo que devora uma floresta, mata pessoas invejosas, tais como Rāvaṇa; kosala-indraḥ — o rei de Ayodhyā; avatāt — faça o obséquio de proteger; naḥ — a nós.
Para manter intacta a promessa feita por Seu pai, o Senhor Rāmacandra imediatamente abandonou a posição de rei e, acompanhado de Sua esposa, mãe Sītā, vagou de floresta em floresta com Seus pés de lótus, que eram tão delicados a ponto de serem incapazes de suportar até mesmo o afago das palmas das mãos de Sītā. O Senhor fazia-Se acompanhar por Hanumān, o rei dos macacos, [ou por outro macaco, Sugrīva], e pelo Seu próprio irmão caçula, o Senhor Lakṣmaṇa, ambos os quais aliviavam a fadiga que Ele sentia ao perambular pela floresta. Tendo cortado o nariz e as orelhas de Śūrpaṇakhā, deixando-a, portanto, desfigurada, o Senhor perdeu a companhia de mãe Sītā. Então, Ele ficou irado e franziu Suas sobrancelhas e, com isto, amedrontou o oceano, que então permitiu que o Senhor construísse uma ponte para cruzá-lo. Em seguida, tal qual um incêndio que devora uma floresta, o Senhor entrou no reino de Rāvaṇa para matá-lo. Que esse Supremo Senhor Rāmacandra conceda-nos Sua proteção.