VERSO 43
sthālīṁ nyasya vane gatvā
gṛhān ādhyāyato niśi
tretāyāṁ sampravṛttāyāṁ
manasi trayy avartata
sthālīm — a mulher Agnisthālī; nyasya — abandonando imediatamente; vane — na floresta; gatvā — ao retornar; gṛhān — em casa; ādhyāyataḥ — começou a meditar; niśi — a noite toda; tretāyām — quando o milênio Treta; sampravṛttāyām — estava prestes a começar; manasi — em sua mente; trayī — o princípio dos três Vedas; avartata — revelaram-se.
Então, o rei Purūravā deixou Agnisthālī na floresta e retornou à sua casa, onde meditou em Urvaśī ao longo de toda a noite. No decorrer de sua meditação, começou o milênio Treta, de modo que os princípios dos três Vedas, incluindo o processo de realizar yajña para concretizar as aspirações fruitivas, apareceu dentro do seu coração.
SIGNIFICADO—Declara-se que tretāyāṁ yajato makhaiḥ: em Treta-yuga, se alguém realizasse yajñas, obteria o resultado daqueles yajñas. Realizando o viṣṇu-yajña especificamente, seria possível até mesmo alcançar os pés de lótus da Suprema Personalidade de Deus. Evidentemente, o yajña destina-se a satisfazer a Suprema Personalidade de Deus. Enquanto Purūravā meditava em Urvaśī, começou Tretā-yuga, e, por conseguinte, os yajñas védicos foram revelados em seu coração. Mas Purūravā era um materialista, especialmente preocupado em desfrutar dos sentidos. Yajñas para o gozo dos sentidos chamam-se karma-kāṇḍīya-yajñas. Portanto, ele decidiu realizar karma-kāṇḍīya-yajñas para concretizar seus desejos luxuriosos. Em outras palavras, os karma-kāṇḍīya-yajñas destinam-se às pessoas sensuais, ao passo que, na verdade, deve-se realizar yajña para satisfazer a Suprema Personalidade de Deus. Para satisfazer a Suprema Personalidade de Deus em Kali-yuga, recomenda-se o saṅkīrtana-yajña. Yajñaiḥ saṅkīrtana-prāyair yajanti hi sumedhasaḥ. Apenas aqueles que são muito inteligentes adotam o saṅkīrtana-yajña para satisfazer todos os seus desejos, materiais e espirituais, ao passo que aqueles que são luxuriosos e buscam o gozo dos sentidos realizam karma-kāṇḍīya-yajñas.