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VERSO 25

sa vai ratnaṁ tu tad dṛṣṭvā
ātmaiśvaryātiśāyanam
tan nādriyatāgnihotryāṁ
sābhilāṣaḥ sahaihayaḥ

saḥ — ele (Kārtavīryārjuna); vai — na verdade; ratnam — uma grande fonte de riqueza; tu — na verdade; tat — a kāmadhenu que estava aos cuidados de Jamadagni; dṛṣṭvā — observando; ātma-aiśvarya — sua opulência pessoal; ati-śāyanam — que era exorbitante; tat — isto; na — não; ādriyata — apreciou muito; agnihotryām — daquela vaca, que era útil para executar sacrifícios agnihotra; sa-abhilāṣaḥ — tornou-se desejoso; sa-haihayaḥ — com os seus próprios homens, os Haihayas.

Pelo fato de Jamadagni possuir uma joia sob a forma de uma kāmadhenu, Kārtavīryārjuna julgava-o mais rico e poderoso do que ele próprio. Portanto, ele e seus homens, os Haihayas, não apreciaram muito a recepção dada por Jamadagni. Ao contrário, eles queriam levar aquela kāmadhenu, que era útil para a execução do sacrifício agnihotra.

SIGNIFICADOJamadagni era mais poderoso do que Kārtavīryārjuna porque realizava o agnihotra-yajña com manteiga clarificada recebida da kāma­dhenu. Não é todo mundo que tem o privilégio de possuir semelhante vaca. Entretanto, o homem comum pode possuir uma vaca comum, proteger esse animal, tirar dela suficiente leite, e utilizar o leite na produção de manteiga e ghī clarificado, especialmente para realizar o agnihotra-yajña. Isso todos podem fazer. Logo, na Bhagavad-gītā, verifica-se que o Senhor Kṛṣṇa aconselha go-rakṣya, proteção às vacas. Isso é essencial, pois, se forem cuidadas adequadamente, as vacas decerto produzirão bastante leite. Temos experiência prática nos Estados Unidos da América, onde, em nossas várias fazendas da ISKCON, por estarmos dando proteção adequada às vacas, re­cebemos leite em profusão. Em outras fazendas, as vacas não dão tanto leite quanto em nossas fazendas – porque sabem muito bem que não vamos matá-las, nossas vacas sentem-se felizes e dão muito leite. Portanto, esta instrução dada pelo Senhor Kṛṣṇa – go-rakṣya – é deveras significativa. O mundo inteiro deve aprender com Kṛṣṇa como evitar a escassez e viver feliz, simplesmente produzindo grãos alimentícios (annād bhavanti bhūtāni) e dando proteção às vacas (go-rakṣya). Kṛṣi-go-rakṣya-vāṇijyaṁ vaiśya-karma svabhāvajam. Aqueles que pertencem à terceira divisão da sociedade humana, a saber, a classe mercantil, devem manter a terra para produzir grãos alimentícios e proteger as vacas. Esse é o preceito da Bhagavad-gītā. Quando se fala de proteger as vacas, talvez os comedores de carne protestem, mas, em resposta a eles, podemos dizer que, já que Kṛṣṇa enfatiza que se protejam as vacas, aqueles que são propensos a comer carne podem comer a carne de animais insignificantes, tais como porcos, cães, bodes e carneiros, mas não devem ceifar a vida das vacas, pois isso é destrutivo para o avanço espiritual da sociedade humana.

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