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VERSO 58

yadi naivedya nā deha ha-iyā kṛpaṇī
buḍā bhartā habe, āra cāri cāri satinī

yadi — se; naivedya — oferendas; — não; deha — Me derdes; ha-iyā — tornando-vos; kṛpaṇī — mesquinhas; buḍā — velho; bhartā — esposo; habe — tereis; āra — e; cāri — quatro; cāri — quatro; satinī — co-esposas.

“Se tiverdes essa atitude mesquinha, negando-Me vossas oferendas, cada uma de vós terá um esposo velho com pelo menos quatro co-esposas.”

SIGNIFICADO—Naqueles dias e até mesmo cinquenta anos atrás, permitia-se a poligamia livremente na Índia. Qualquer homem, especialmente das castas superiores – os brāhmaṇas, os vaiśyas e particularmente os kṣatriyas podia casar-se com mais de uma esposa. No Mahābhārata, ou a história antiga da Índia, vemos que especialmente os reis kṣatriyas costumavam casar-se com muitas esposas. De acordo com a civilização védica, não havia restrição contra isso, e até um homem com mais de cinquenta anos de idade podia casar-se. Porém, casar-se com um homem que tinha muitas esposas não era uma situação muito agradável, pois o amor do esposo dividia-se entre suas muitas esposas. Aparentemente, o Senhor Śrī Caitanya Mahāprabhu quis amaldiçoar as mocinhas relutantes em oferecer-Lhe naivedya, prometendo que se casariam com homens que tivessem pelo menos quatro esposas.

Pode-se apoiar a estrutura social que permite a um homem casar-se com mais de uma esposa dessa maneira. De um modo geral, em toda sociedade, a população feminina é maior do que a masculina. Portanto, caso haja um princípio na sociedade de que todas as mocinhas devem casar-se, a menos que se permita a poligamia, isso não será possível. Se há mocinhas solteiras, há uma grande probabilidade de adultério, e a sociedade na qual se permite o adultério não pode ser muito pacífica ou pura. Em nossa sociedade para a consciência de Kṛṣṇa, reprovamos a vida sexual ilícita. A dificuldade prática é encontrar um esposo para cada moça. Portanto, somos a favor da poligamia, contanto que o esposo seja capaz de manter mais do que uma esposa, é claro.

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