VERSO 67
sāmpradāyika sannyāsī tumi, raha ei grāme
ki kāraṇe āmā-sabāra nā kara darśane
sāmpradāyika — da comunidade; sannyāsī — sannyāsī māyāvādī; tumi — és; raha — vives; ei — esta; grāme — em Vārāṇasī; ki kārane — por que razão; āmā-sabāra — conosco; nā — não; kara — Te esforças; darśane — misturar-Te.
“Pertences ao nosso Śaṅkara-sampradāya e vives em nossa vila, Vārānasī. Por que, então, não Te associas conosco? Por que evitas até mesmo nos ver?”
SIGNIFICADO—O sannyāsī vaiṣṇava, ou um vaiṣṇava na segunda fase de avanço em conhecimento espiritual, pode depreender quatro princípios – a saber, a Suprema Personalidade de Deus, os devotos, os inocentes e os invejosos – e comporta-se distintamente com cada um deles. Ele procura aumentar seu amor por Deus, fazer amizade com os devotos e pregar a consciência de Kṛṣṇa aos inocentes. Porém, evita os despeitados que têm inveja do movimento para a consciência de Kṛṣṇa. O próprio Senhor Caitanya Mahāprabhu exemplificou esse comportamento, e é por isso que Prakāśānanda Sarasvatī perguntou por que Ele não Se associava ou mesmo falava com eles. Caitanya Mahāprabhu confirmou, por Seu exemplo, que, de um modo geral, um pregador do movimento para a consciência de Kṛṣṇa não deve perder seu tempo conversando com sannyāsīs māyāvādīs, mas, se eles apresentarem argumentos com base nos śāstras, um vaiṣṇava deverá adiantar-se para falar e derrotá-los com filosofia.
Segundo os sannyāsīs māyāvādīs, somente aquele que aceita sannyāsa na sucessão discipular de Śaṅkarācārya é um sannyāsī védico. Às vezes, reclamam que os sannsāsīs pregadores do movimento para a consciência de Kṛṣṇa não são genuínos por não pertencerem a famílias de brāhmaṇas, pois os māyāvādīs não oferecem sannyāsa a quem não pertença a uma família de brāhmaṇas por nascimento. Infelizmente, contudo, eles ignoram que atualmente todos nascem śūdras (kalau śūdra sambhava). Deve-se compreender que não existem brāhmaṇas nesta era, pois aqueles que afirmam ser brāhmaṇas, baseados apenas em direito de nascimento, não têm qualificações bramânicas. Entretanto, mesmo que alguém não tenha nascido em família de brāhmaṇas, se tiver qualificações bramânicas, deverá ser aceito como brāhmaṇa, como o confirmam Śrīla Nārada Muni e o grande santo Śrīdhara Svāmī. Afirma-se isso também no Śrīmad-Bhāgavatam. Tanto Nārada como Śrīdhara Svāmī concordam plenamente que não se pode ser brāhmaṇa apenas por direito de nascimento, senão que é preciso possuir as qualidades de um brāhmaṇa. Assim, em nosso movimento para a consciência de Kṛṣṇa, jamais concedemos a ordem de sannyāsa a uma pessoa que achamos que não seja qualificada nos termos dos princípios bramânicos prescritos. Embora seja verdade que, a menos que alguém seja brāhmaṇa, não pode tornar-se sannyāsī, não é um princípio válido que um homem desqualificado nascido em família de brāhmaṇas seja um brāhmaṇa, ao passo que não se possa aceitar como brāhmaṇa uma pessoa dotada de qualidades bramânicas porém nascida em família de não-brāhmaṇas. O movimento para a consciência de Kṛṣṇa segue estritamente os preceitos do Śrīmad-Bhāgavatam, evitando heresias desencaminhadoras e conclusões forjadas.