VERSO 44
rāja-mantrī rāmānanda — vyavahāre nipuṇa
rāja-prīti kahi’ dravāila prabhura mana
rāja-mantrī — ministro diplomático; rāmānanda — Śrī Rāmānanda Rāya; vyavahāre — com o comportamento normal; nipuṇa — muito hábil; rāja-prīti — o amor do rei por Śrī Caitanya Mahāprabhu; kahi’ — descrevendo; dravāila — suavizou; prabhura — do Senhor Śrī Caitanya Mahāprabhu; mana — a mente.
Śrī Rāmānanda Rāya agira, deveras, como um ministro muito diplomático em favor do rei. De um modo geral, era muito habilidoso e, apenas por descrever o amor que o rei tinha por Śrī Caitanya Mahāprabhu, gradualmente suavizou a mente do Senhor.
SIGNIFICADO—No mundo material, um diplomata sabe como lidar com as pessoas, especialmente quando se trata de assuntos políticos. Alguns dos grandes devotos do Senhor – como Rāmānanda Rāya, Raghunātha Dāsa Gosvāmī, Sanātana Gosvāmī e Rūpa Gosvāmī – eram funcionários do governo e tinham um passado de vida familiar em muita opulência. Portanto, estavam habituados a lidar com as pessoas. Em muitas circunstâncias, vemos a diplomacia de Rūpa Gosvāmī, de Raghunātha Dāsa Gosvāmī e de Rāmānanda Rāya empregada a serviço do Senhor. Quando os funcionários do governo estavam prestes a capturar o pai e o tio de Raghunātha Dāsa Gosvāmī, ele os escondeu e pessoalmente recebeu os funcionários do governo, valendo-se da diplomacia para resolver o caso. Isso é apenas um exemplo. De modo semelhante, Sanātana Gosvāmī, tendo sido preso após demitir-se da posição de ministro, subornou o carcereiro para poder desvencilhar-se das garras do nababo e ir viver com Śrī Caitanya Mahāprabhu. Agora estamos presenciando Rāmānanda Rāya, um devoto muito íntimo do Senhor suavizando diplomaticamente o coração de Śrī Caitanya Mahāprabhu a despeito do fato de que o Senhor decidira, de uma vez por todas, não receber o rei. A diplomacia de Rāmānanda Rāya e as súplicas de Sārvabhauma Bhaṭṭācārya e de todos os demais grandes devotos funcionaram por fim. A conclusão é que diplomacia aplicada a serviço do Senhor também é serviço devocional.