VERSO 140
citta kāḍhi’ tomā haite, viṣaye cāhi lāgāite,
yatna kari, nāri kāḍhibāre
tāre dhyāna śikṣā karāha, loka hāsāñā māra,
sthānāsthāna nā kara vicāre
citta kāḍhi — afastando a consciência; tomā haite — de Ti; viṣaye — em assuntos mundanos; cāhi — quero; lāgāite — ocupar; yatna kari — Eu Me esforço; nāri kāḍhibāre — não posso afastar; tāre — a esta serva; dhyāna — de meditação; śikṣā — instrução; karāha — em geral; hāsāñā — riem; māra — matas; sthāna-asthāna — lugar próprio ou impróprio; nā kara — não fazes; vicāre — consideração.
Caitanya Mahāprabhu prosseguiu: “Gostaria de afastar Minha consciência de Ti e ocupá-la em atividades materiais; porém, por mais que Eu tente, não consigo fazer isso. Sinto-Me naturalmente inclinada apenas a Ti. Portanto, quando Me instruis para que Eu medite em Ti, isso é simplesmente patético! Dessa maneira, estás Me matando. Não é muito bom que penses em Mim como alguém que aceitará essas Tuas instruções.”
SIGNIFICADO—Śrīla Rūpa Gosvāmī diz no Bhakti-rasāmṛta-sindhu (1.1.11):
anyābhilāṣitā-śūnyaṁ jñāna-karmādy-anāvṛtam
ānakūlyena kṛṣṇānu- śīlanaṁ bhaktir uttamā
Para o devoto puro, não há escopo para a prática de yoga místico ou o cultivo de filosofia especulativa. É completamente impossível que um devoto puro ocupe Sua mente nessas atividades indesejáveis. Mesmo que o devoto puro quisesse fazer isso, sua mente não permitiria. Esta é uma característica do devoto puro – ele é transcendental a toda atividade fruitiva, à filosofia especulativa e à meditação do yoga místico. Em razão disso, as gopīs se expressaram da seguinte maneira.