VERSO 66
unmādera lakṣaṇa, karāya kṛṣṇa-sphuraṇa,
bhāvāveśe uṭhe praṇaya māna
solluṇṭha-vacana-rīti, māna, garva, vyāja-stuti,
kabhu nindā, kabhu vā sammāna
unmādera lakṣaṇa — os sintomas de loucura; karāya — provoca; kṛṣṇa — o Senhor Kṛṣṇa; sphuraṇa — impulso; bhāva-aveśe — em condição extática; uṭhe — desperta; praṇaya — amor; māna — desprezo; solluṇṭha-vacana — de desrespeito com palavras doces; rīti — a maneira; māna — honra; garva — orgulho; vyāja-stuti — oração indireta; kabhu — ora; nindā — blasfêmia; kabhu — ora; vā — ou; sammāna — honra.
Os sintomas de loucura serviam como impulso para relembrar Kṛṣṇa. A condição de êxtase despertava amor, desprezo, difamação por palavras, orgulho, honra e prece indireta. Assim, ora Śrī Kṛṣṇa era blasfemado, ora honrado.
SIGNIFICADO—A palavra unmāda é explicada no Bhakti-rasāmṛta-sindhu como júbilo extremo, infortúnio e desnorteamento do coração devido à saudade. Rir como um louco, dançar, cantar, realizar atividades improfícuas, falar disparates, correr, gritar e, às vezes, trabalhar de maneiras contraditórias – esses são sintomas de unmāda. Explica-se a palavra praṇaya desta forma: quando há possibilidade de se receber honra direta, mas se a evita, esse amor se chama praṇaya. Śrīla Rūpa Gosvāmī, em seu Ujjvala-nīlamaṇi, explica a palavra māna assim: sentindo o amante doçura inusitada ao trocar palavras amáveis e sinceras, mas desejando esconder seus sentimentos por meios desonestos, ele experimenta māna.