VERSO 291
āmi — eka bātula, tumi — dvitīya bātula
ataeva tomāya āmāya ha-i sama-tula
āmi — Eu; eka — um; bātula — louco; tumi — tu; dvitīya — segundo; bātula — louco; ataeva — portanto; tomāya — tu; āmāya — Eu; ha-i — estamos; sama-tula — em nível de igualdade.
Caitanya Mahāprabhu disse então: “De fato, sou um louco, e tu também és um louco. Portanto, estamos ambos na mesma plataforma.”
SIGNIFICADO—Para um homem comum que não seja devoto, todas essas conversas entre Rāmānanda Rāya e Śrī Caitanya Mahāprabhu parecem ridículas. O mundo inteiro está cheio de concepções materiais, e as pessoas são incapazes de entender essas conversas devido ao condicionamento da filosofia mundana. Aqueles que se apegam em demasia a atividades mundanas não podem compreender as conversas extáticas entre Rāmānanda Rāya e Caitanya Mahāprabhu. Logo, o Senhor pediu a Rāmānanda Rāya que guardasse em segredo todas essas conversas e não as expusesse às pessoas em geral. Se alguém é realmente avançado em consciência de Kṛṣṇa, pode compreender estas conversas confidenciais; caso contrário, elas parecerão loucura. Por isso, Śrī Caitanya Mahāprabhu informou a Rāmānanda Rāya que ambos pareciam loucos, estando, portanto, na mesma plataforma. Confirma-se isso na Bhagavad-gītā (2.69):
yā niśā sarva-bhūtānāṁ
tasyāṁ jāgarti saṁyamī
yasyāṁ jāgrati bhūtāni
sā niśā paśyato muneḥ
“O que é noite para todos os seres é hora de despertar para o autocontrolado; e o que é hora de despertar para todos os seres é noite para o sábio introspectivo.”
Às vezes, a consciência de Kṛṣṇa parece uma espécie de loucura para as pessoas mundanas, exatamente como, para pessoas conscientes de Kṛṣṇa, as atividades de homens mundanos são consideradas uma forma de loucura.