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VERSO 80

nāyaṁ śriyo ’ṅga u nitānta-rateḥ prasādaḥ
svar-yoṣitāṁ nalina-gandha-rucāṁ kuto ’nyāḥ
rāsotsave ’sya bhuja-daṇḍa-gṛhīta-kaṇṭha-
labdhāśiṣāṁ ya udagād vraja-sundarīṇām

na — não; ayam — isto; śriyaḥ — da deusa da fortuna; aṅge — no peito; u — oh!; nitānta-rateḥ — cuja relação é muito íntima; prasādaḥ — o favor; svaḥ — dos planetas celestiais; yoṣitām — de mulheres; nalina — da flor de lótus; gandha — tendo o aroma; rucām — e o brilho corpóreo; kutaḥ — muito menos; anyāḥ — outras; rāsa-utsave — no festival da dança da rāsa; asya — do Senhor Śrī Kṛṣṇa; bhuja-daṇḍa — pelos braços; gṛhīta — abraçados; kaṇṭha — o pescoço delas; labdha-āśiṣām — que obtiveram tal bênção; yaḥ — que; udagāt — manifestou-se; vraja-sundarīṇām — das belas gopīs, as mocinhas transcendentais de Vrajabhūmi.

“‘Enquanto o Senhor Śrī Kṛṣṇa dançava com as gopīs na rāsa-līlā, Seus braços abraçavam-nas em torno do pescoço. Jamais esse favor transcendental foi concedido à deusa da fortuna ou às outras consortes no mundo espiritual. De fato, nem as mais belas moças dos planetas celestiais, cujo brilho corpóreo e aroma assemelham-se à flor de lótus, jamais chegaram a imaginar tal coisa. O que dizer, então, de mulheres mundanas que são belíssimas segundo a estimativa material?’”

SIGNIFICADO—Uddhava falou este verso (Śrīmad-Bhāgavatam 10.47.60) quando em sua visita a Śrī Vṛndāvana para entregar uma mensagem de Kṛṣṇa às gopīs. Uddhava permaneceu em Vṛndāvana para ali observar os movimentos das gopīs. Ao ver o amor extático por Kṛṣṇa em separação que as gopīs manifestavam, ele apreciou o supremo amor delas e, em razão disso, expressou seus sentimentos neste verso. Admitiu que, se a fortuna da deusa da fortuna nem se comparava com a fortuna das gopīs, o que dizer, então, das belas moças dos planetas celestiais?

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