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VERSO 25

yadā hy adharmeṇa tamo-dhiyo nṛpā
jīvanti tatraiṣa hi sattvataḥ kila
dhatte bhagaṁ satyam ṛtaṁ dayāṁ yaśo
bhavāya rūpāṇi dadhad yuge yuge

yadā — sempre que; hi — certamente; adharmeṇa — contra os princípios da vontade de Deus; tamaḥ-dhiyaḥ — pessoas nos modos materiais inferiores; nṛpāḥ — reis e administradores; jīvanti — vivem como animais; tatra — em consequência disso; eṣaḥ — Ele; hi — somente; sattvataḥ — transcendental; kila — certamente; dhatte — manifesta-Se; bhagam — poder supremo; satyam — verdade; ṛtam — positividade; dayām — misericórdia; yaśaḥ — atividades maravilhosas; bhavāya — para a manutenção; rūpāṇi — em várias formas; dadhat — manifestadas; yuge — diferentes períodos; yuge — e eras.

Sempre que há reis e administradores vivendo como animais nos modos mais baixos de existência, o Senhor, sob Sua forma transcendental, manifesta Seu poder supremo, a Verdade Positiva, demonstra misericórdia especial para com os fiéis, executa atividades maravilhosas e manifesta várias formas transcendentais conforme seja necessário, em diferentes períodos e eras.

SIGNIFICADO—Como se mencionou acima, a criação cósmica é propriedade do Senhor Supremo. Esta é a filosofia básica da Īśopaniṣad: tudo é propriedade do Ser Supremo. Ninguém deve usurpar a propriedade do Senhor Supremo. Devemos aceitar apenas aquilo que Ele bondosamente nos concede. Portanto, a Terra, ou qualquer outro planeta, ou universo, é propriedade absoluta do Senhor. Os seres vivos são certamente Suas partes integrantes e, assim, todos eles têm o direito de viver sob a misericórdia do Senhor para executarem seu trabalho prescrito. Ninguém, portanto, pode usurpar o direito de outro indivíduo, homem ou animal, sem que isso seja sancionado pelo Senhor. O rei, ou administrador, é representante do Senhor para zelar pela administração da vontade do Senhor. Portanto, ele tem que ser uma pessoa reconhecida, como Mahārāja Yudhiṣṭhira, ou Parīkṣit. Tais reis têm plena responsabilidade e conhecimento dado por autoridades sobre a administração do mundo. Mas, às vezes, devido à influência do modo da ignorância da natureza material (tamo-guṇa), o mais baixo dos modos materiais, os reis e administradores chegam ao poder sem conhecimento nem responsabilidade, e tais administradores tolos vivem como animais, para o benefício de seus interesses pessoais. O resultado é que toda a atmosfera se torna sobrecarregada de anarquia e de elementos viciosos. Despotismo, suborno, trapaça, agressão e, portanto, fome, epidemias, guerras e outros aspectos perturbadores semelhantes se tornam proeminentes na sociedade humana. E os devotos do Senhor, ou os fiéis, são perseguidos de todos os modos. Todos esses sintomas indicam a época para uma encarnação do Senhor, com o fim de restabelecer os princípios da religião e aniquilar os administradores incompetentes. Isso também se confirma na Bhagavad-gītā.

Então, o Senhor aparece sob Sua forma transcendental, sem nenhum vestígio de qualidades materiais. Ele desce simplesmente para restituir a Sua criação a uma condição normal. A condição normal é aquela que o Senhor providenciou para todo e cada um dos planetas de acordo com as necessidades dos seres vivos nativos. Eles podem viver alegremente e executar suas ocupações predestinadas para, no final, alcançarem a salvação, seguindo as regras e regulações mencionadas nas escrituras reveladas. O mundo material é criado para satisfazer os caprichos das nitya-baddhas, ou almas eternamente condicionadas, assim como crianças travessas ganham berços de brinquedo. De outro modo, o mundo material não seria necessário. Quando, porém, eles se embriagam com o poder da ciência material para explorar os recursos ilegalmente, sem a sanção do Senhor, e isso também apenas para o gozo dos sentidos, então há necessidade de uma encarnação do Senhor para castigar os rebeldes e proteger os fiéis.

Quando desce, Ele exibe atos sobre-humanos apenas para provar Seu direito supremo, e materialistas como Rāvaṇa, Hiraṇyakaśipu e Kaṁsa são punidos o suficiente. Ele age de tal maneira que ninguém O pode imitar. Por exemplo, quando o Senhor apareceu como Rāma, fez uma ponte sobre o Oceano Índico. Quando apareceu como Kṛṣṇa, desde Sua própria infância, Ele demonstrou atividades sobre-humanas, matando Pūtanā, Aghāsura, Śakaṭāsura, Kāliya etc., e, então, Seu tio materno, Kaṁsa. Quando estava em Dvārakā, casou-Se com 16.108 rainhas, e todas elas foram abençoadas com um número suficiente de filhos. A soma total dos membros de Sua família pessoal atingia cerca de 100.000, popularmente conhecidos como Yadu-vaṁśa. E, novamente, durante Seu período de vida, encarregou-Se de exterminar todos eles. Ele é famoso como Govardhana-dhārī porque levantou, com apenas sete anos de idade, a colina conhecida como Govardhana. O Senhor matou muitos reis indesejáveis em Sua época e, como kṣatriya, Ele lutou nobremente. Ele é famoso como asamordhva, incomparável. Ninguém é igual ou superior a Ele.

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