VERSO 18
śrī-rājovāca
apy eṣa vaṁśyān rājarṣīn
puṇya-ślokān mahātmanaḥ
anuvartitā svid yaśasā
sādhu-vādena sattamāḥ
śrī-rājā — o rei completamente bom (Mahārāja Yudhiṣṭhira); uvāca — disse; api — acaso; eṣaḥ — este; vaṁśyān — família; rāja-ṛṣīn — de reis santos; puṇya-ślokān — piedoso por força de seu nome; mahā-ātmanaḥ — todos grandes almas; anuvartitā — seguidor; svit — será; yaśasā — pelas realizações; sādhu-vādena — pela glorificação; sat-tamāḥ — ó grandes almas.
O bom rei [Yudhiṣṭhira] perguntou: Ó grandes almas, acaso ele se tornará um rei tão santo, tão piedoso por força de seu nome e tão famoso e glorioso em suas realizações como outros que apareceram nesta grandiosa família real?
SIGNIFICADO—Os antepassados do rei Yudhiṣṭhira eram todos grandes reis santos, piedosos e glorificados por suas grandes conquistas. Todos eles foram santos no trono real. E, portanto, todos os membros do estado foram felizes, piedosos, bem comportados, prósperos e espiritualmente iluminados. Esses grandes reis santos eram treinados sob a estrita orientação de grandes almas e de preceitos espirituais, e, como resultado, o reino era repleto de pessoas santas e era uma terra feliz de vida espiritual. O próprio Mahārāja Yudhiṣṭhira era uma réplica de seus ancestrais e desejava que o próximo rei depois dele se tornasse exatamente como seus grandes antepassados. Ele ficou feliz ao saber, da parte dos brāhmaṇas eruditos, que, de acordo com os cálculos astrológicos, a criança nasceria como um devoto de primeira classe do Senhor, e ele queria saber mais confidencialmente se a criança seguiria os passos de seus grandes antepassados. Este é o processo do estado monárquico. O rei regente deve ser um piedoso e cavalheiresco devoto do Senhor, e deve ser o medo personificado para os arrogantes. Ele também deve deixar um herdeiro presuntivo igualmente qualificado para governar os cidadãos inocentes. No contexto moderno dos estados democráticos, as próprias pessoas são caídas ao nível das qualidades dos śūdras, ou menos, e o governo é regido por seu representante, que ignora o modo escritural de educação administrativa. Dessa forma, toda a atmosfera fica sobrecarregada com qualidades śūdras, manifestadas através da luxúria e da avareza. Tais administradores lutam diariamente entre si. O gabinete de ministros muda frequentemente, devido ao egoísmo de partidos e grupos. Todos querem explorar os recursos do estado até morrer. Ninguém se aposenta da vida política a menos que seja forçado a fazê-lo. Como esses homens de baixo nível podem fazer o bem para o povo? O resultado é corrupção, intriga e hipocrisia. Eles devem aprender com o Śrīmad-Bhāgavatam quão ideais devem ser os administradores antes que possam assumir diferentes postos.