No edit permissions for Português

VERSO 1

sūta uvāca
viduras tīrtha-yātrāyāṁ
maitreyād ātmano gatim
jñātvāgād dhāstinapuraṁ
tayāvāpta-vivitsitaḥ

sūtaḥ uvāca — Śrī Sūta Gosvāmī disse; viduraḥ — Vidura; tīrtha-yātrāyām — enquanto viajava a diferentes lugares de peregrinação; maitreyāt — da parte do grande sábio Maitreya; ātmanaḥ — do eu; gatim — destino; jñātvā — por conhecê-lo; āgāt — voltou; hāstina-puram — a cidade de Hastināpura; tayā — por aquele conhecimento; avāpta — suficientemente um ganhador; vivitsitaḥ — sendo bem versado em tudo que é cognoscível.

Śrī Sūta Gosvāmī disse: Enquanto viajava peregrinando, Vidura recebeu da parte do grande sábio Maitreya o conhecimento do destino do eu e, então, regressou a Hastināpura. Ele se tornou tão bem versado no assunto como havia desejado.

SIGNIFICADO—Vidura: Uma das figuras proeminentes na história do Mahābhārata. Foi concebido por Vyāsadeva no ventre da criada de Ambikā, mãe de Mahārāja Pāṇḍu. É a encarnação de Yamarāja. Amaldiçoado por Maṇḍūka Muni, tornou-se um śūdra. Narra-se a história da seguinte maneira.

Certa vez, a polícia estadual capturou alguns ladrões que haviam se escondido no eremitério de Maṇḍūka Muni. Os agentes da polícia, como de costume, prenderam todos os ladrões, juntamente com Maṇḍūka Muni. O magistrado, em particular, puniu o muni com a pena de morte, pelo trespasse com uma lança. Quando já iam trespassá-lo com a lança, as notícias chegaram ao rei, o qual imediatamente suspendeu a pena, levando em consideração que o réu era um grande muni. O rei pediu pessoalmente perdão ao muni pelo erro de seus homens, e o santo foi imediatamente a Yamarāja, o qual prescreve o destino dos seres vivos. Yamarāja, sendo questionado pelo muni, respondeu que o muni, em sua infância, trespassara uma formiga com uma palha afiada e, por essa razão, ele foi posto em dificuldade. O muni julgou insensato da parte de Yamarāja que ele fosse punido por sua inocência infantil, de modo que o muni amaldiçoou Yamarāja a se tornar um śūdra, e essa encarnação śūdra de Yamarāja veio a ser conhecida como Vidura, o irmão śūdra de Dhṛtarāṣṭra e Mahārāja Pāṇḍu. Mas esse filho śūdra da dinastia Kuru foi igualmente tratado por Bhīṣmadeva, juntamente com seus outros sobrinhos, e, no devido tempo, Vidura se casou com uma jovem que também havia nascido do ventre de uma śūdrāṇī e de um brāhmaṇa. Embora Vidura não tivesse herdado a propriedade de seu pai (o irmão de Bhīṣmadeva), ele, ainda assim, recebeu suficientes bens do estado da parte de Dhṛtarāṣṭra, o irmão mais velho de Vidura. Vidura era muito apegado a seu irmão mais velho e, por todo o tempo, ele tentava guiá-lo ao caminho correto. Durante a guerra fratricida de Kurukṣetra, Vidura repetidamente implorou a seu irmão mais velho que fizesse justiça aos filhos de Pāṇḍu, mas Duryodhana não gostou de tais interferências de seu tio, e, assim, ele praticamente insultou Vidura. O resultado foi que Vidura deixou o lar para peregrinar e receber instruções de Maitreya.

« Previous Next »