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VERSO 34

brāhmaṇaiḥ kṣatra-bandhur hi
gṛha-pālo nirūpitaḥ
sa kathaṁ tad-gṛhe dvāḥ-sthaḥ
sabhāṇḍaṁ bhoktum arhati

brāhmaṇaiḥ — pela ordem bramânica; kṣatra-bandhuḥ — os filhos dos kṣatriyas; hi — certamente; gṛha-pālaḥ — o cão de guarda; nirūpitaḥ — designado; saḥ — ele; katham — com que fundamento; tat-gṛhe — na casa dele (do dono); dvāḥ-sthaḥ — manter-se à porta; sa-bhāṇḍam — no mesmo prato; bhoktum — comer; arhati — merece.

Os descendentes das ordens reais são claramente designados como cães de guarda e devem manter-se à porta. Com que fundamento os cães podem entrar na casa e exigir jantar com o dono no mesmo prato?

SIGNIFICADO—O inexperiente menino brāhmaṇa certamente sabia que o rei pediu água a seu pai e o pai não respondeu. Ele tentou explicar a falta de hospitalidade de seu pai de maneira insolente, digna de um menino inculto. Ele não estava nem um pouco pesaroso pelo fato de o rei não ter sido bem recebido. Ao contrário, justificou o ato errôneo da maneira característica dos brāhmaṇas de Kali-yuga. Ele comparou o rei a um cão de guarda e, desse modo, considerou errado que o rei entrasse na casa de um brāhmaṇa e pedisse água do mesmo pote. Certamente o cão é criado por seu dono, mas isso não significa que o cão possa exigir comida e bebida do mesmo pote. Essa mentalidade de falso prestígio é a causa da queda da perfeita ordem social, e podemos ver que, a princípio, ela foi iniciada pelo filho inexperiente de um brāhmaṇa. Assim como o cachorro nunca tem permissão de entrar dentro da casa, embora ele seja criado pelo dono, analogamente, de acordo com Śṛṅgi, o rei não tinha direito algum de entrar na casa de Śamīka Ṛṣi. Segundo a opinião do menino, o rei, e não o seu pai, estava errado, e, assim, ele justificou o silêncio de seu pai.

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