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VERSO 46

dharma-pālo nara-patiḥ
sa tu samrāḍ bṛhac-chravāḥ
sākṣān mahā-bhāgavato
rājarṣir haya-medhayāṭ
kṣut-tṛṭ-śrama-yuto dīno
naivāsmac chāpam arhati

dharma-pālaḥ — o protetor da religião; nara-patiḥ — o rei; saḥ — ele; tu — mas; samrāṭ — imperador; bṛhat — altamente; śravāḥ — célebre; sākṣāt — diretamente; mahā-bhāgavataḥ — o devoto de primeira classe do Senhor; rāja-ṛṣiḥ — santo entre a ordem real; haya-medhayāṭ — grande realizador de sacrifícios de cavalos; kṣut — fome; tṛṭ — sede; śrama-yutaḥ — cansado ou fatigado; dīnaḥ — atingido; na — absolutamente; eva — assim; asmat — por nós; śāpam — maldição; arhati — merece.

O imperador Parīkṣit é um rei piedoso. Ele é altamente célebre e um devoto de primeira classe da Personalidade de Deus. Ele é um santo entre a realeza e executou muitos sacrifícios de cavalos. Quando semelhante rei está cansado ou fatigado, sendo atingido pela fome e pela sede, ele não merece ser amaldiçoado de modo algum.

SIGNIFICADO—Após explicar os códigos gerais relacionados à posição real e depois de afirmar que o rei não pode cometer erros e, portanto, nunca deve ser condenado, o sábio Śamīka quis dizer algo específico sobre o imperador Parīkṣit. A qualificação específica de Mahārāja Parīkṣit é resumida aqui. O rei, mesmo considerado somente como rei, era muito famoso como um governante que administrava os princípios religiosos da ordem real. Nos śāstras, prescrevem-se os deveres de todas as castas e ordens da sociedade. Todas as qualidades de um kṣatriya mencionadas na Bhagavad-gītā (18.43) estavam presentes na pessoa do imperador. Ele também era um grande devoto do Senhor e uma alma autorrealizada. Amaldiçoar semelhante rei, por ele estar cansado ou fatigado, com fome e sede, não foi apropriado de modo algum. Assim, Śamīka Ṛṣi admitiu, sob todos os pontos de vista, que Mahārāja Parīkṣit fora amaldiçoado da maneira mais injusta. Embora todos os brāhmaṇas estivessem à parte do incidente, ainda assim, devido à ação infantil de um menino brāhmaṇa, toda a situação do mundo se transformou. Desse modo, o ṛṣi Śamīka, um brāhmaṇa, tomou sobre si a responsabilidade de toda a deterioração da boa ordem do mundo.

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