VERSO 39
nūnaṁ bhagavato brahman
gṛheṣu gṛha-medhinām
na lakṣyate hy avasthānam
api go-dohanaṁ kvacit
nūnam — porque; bhagavataḥ — de ti, que és poderoso; brahman — ó brāhmaṇa; gṛheṣu — nas casas; gṛha-medhinām — dos chefes de família; na — não; lakṣyate — são vistos; hi — exatamente; avasthānam — ficando em; api — mesmo; go-dohanam — ordenhando a vaca; kvacit — raramente.
Ó brāhmaṇa poderoso, é dito que raramente permaneces na casa dos homens durante o tempo suficiente para ordenhar uma vaca.
SIGNIFICADO—Os santos e sábios na ordem de vida renunciada vão à casa dos chefes de família no momento em que eles ordenham as vacas, de manhã cedo, e pedem um pouco de leite para sua subsistência. Um litro de leite fresco do úbere de uma vaca é suficiente para alimentar um adulto com todos os valores vitamínicos, daí os santos e sábios alimentarem-se apenas de leite. Mesmo o mais pobre dos chefes de família mantém pelo menos dez vacas, dando cada uma de doze a vinte litros de leite, de modo que ninguém hesita em poupar alguns litros para os mendicantes. É dever dos chefes de família manter os santos e sábios, assim como os filhos. Desse modo, um santo como Śukadeva Gosvāmī raramente permanecia na casa de um chefe de família por mais de cinco minutos pela manhã. Em outras palavras, tais santos raramente são vistos na casa de chefes de família, e Mahārāja Parīkṣit, portanto, pediu-lhe que o instruísse o mais rápido possível. Os chefes de família também devem ser inteligentes o bastante para obterem informações transcendentais dos sábios que os visitam. O chefe de família não deve pedir tolamente a um santo que lhe conceda aquilo que está disponível no mercado. Essa deve ser a relação recíproca entre os santos e os chefes de família.