VERSO 11
vadanti tat tattva-vidas
tattvaṁ yaj jñānam advayam
brahmeti paramātmeti
bhagavān iti śabdyate
vadanti — dizem; tat — que; tattva-vidaḥ — as almas eruditas; tattvam — a Verdade Absoluta; yat — que; jñānam — conhecimento; advayam — não-dual; brahma iti — conhecida como Brahman; paramātmā iti — conhecida como Paramātmā; bhagavān iti — conhecida como Bhagavān; śabdyate — foi assim pronunciado.
Transcendentalistas eruditos que conhecem a Verdade Absoluta chamam essa substância não-dual de Brahman, Paramātmā ou Bhagavān.
SIGNIFICADO—A Verdade Absoluta é tanto sujeito quanto objeto, e não há diferença qualitativa nisso. Portanto, Brahman, Paramātmā e Bhagavān são qualitativamente a mesma coisa. A mesma substância é realizada como o Brahman impessoal pelos estudantes das Upaniṣads, como o Paramātmā localizado pelos hiraṇyagarbhas ou yogīs, e como Bhagavān pelos devotos. Em outras palavras, Bhagavān, ou a Personalidade de Deus, é a última palavra em Verdade Absoluta. Paramātmā é a representação parcial da Personalidade de Deus, e o Brahman impessoal é a resplandecente refulgência da Personalidade de Deus, assim como os raios do Sol o são para o deus do Sol. Os estudantes pouco inteligentes de qualquer uma das escolas acima argumentam, às vezes, em favor de sua respectiva realização, mas aqueles que são perfeitos videntes da Verdade Absoluta sabem bem que os três aspectos acima mencionados da Verdade Absoluta única não são mais que diferentes perspectivas, vistas de diferentes ângulos.
Como se explica no primeiro śloka do primeiro capítulo do Bhāgavatam, a Verdade Suprema é autossuficiente, plena de conhecimento e livre da ilusão da relatividade. No mundo relativo, o conhecedor é diferente do conhecido, mas, na Verdade Absoluta, tanto o conhecedor quanto o conhecido são a mesma coisa. No mundo relativo, o conhecedor é o espírito vivo, ou energia superior, ao passo que o conhecido é a matéria inerte, ou energia inferior. Portanto, há uma dualidade de energia inferior e energia superior, ao passo que, no reino absoluto, tanto o conhecedor quanto o conhecido pertencem à mesma energia superior. Existem três tipos de energias do energético supremo. Não há diferença entre a energia e o energético, mas há uma diferença na qualidade das energias. O reino absoluto e as entidades vivas são da mesma energia superior. O mundo material, porém, é energia inferior. O ser vivo, em contato com a energia inferior, fica iludido, pensando pertencer à energia inferior. Portanto, há o sentido de relatividade no mundo material. No absoluto, não há tal sentido de diferença entre o conhecedor e o conhecido, daí tudo ali ser absoluto.