No edit permissions for Português

VERSO 2

yasyāmbhasi śayānasya
yoga-nidrāṁ vitanvataḥ
nābhi-hradāmbujād āsīd
brahmā viśva-sṛjāṁ patiḥ

yasya — cujo; ambhasi — na água; śayānasya — deitando; yoga-nidrām — dormindo em meditação; vitanvataḥ — ministrando; nābhi — umbigo; hrada — do lago; ambujāt — do lótus; āsīt — manifestou-se; brahmā — o avô dos seres vivos; viśva — o universo; sṛjām — os engenheiros; patiḥ — mestre.

Uma parte do puruṣa deita-Se dentro da água do universo; do lago umbilical de Seu corpo, brota um caule de lótus, e da flor de lótus, no topo desse caule, manifesta-se Brahmā, o mestre de todos os engenheiros do universo.

SIGNIFICADOO primeiro puruṣa é o Kāraṇodakaśāyī Viṣṇu. De Seus poros, brotam inumeráveis universos. Em todo e cada universo, o puruṣa entra como o Garbhodakaśāyī Viṣṇu. Ele está deitado dentro da metade do universo ocupada pela água de Seu corpo. E do umbigo de Garbhodakaśāyī Viṣṇu, brota o caule da flor de lótus, o lugar de nascimento de Brahmā, que é o pai de todos os seres vivos e o mestre de todos os semideuses engenheiros, encarregados do perfeito projeto e funcionamento da ordem universal. Dentro do caule do lótus, há catorze divisões de sistemas planetários, e os planetas terrestres estão situados no meio. Para cima, há outros sistemas planetários melhores, e o sistema mais elevado é chamado de Brahmaloka, ou Satyaloka. Abaixo do sistema planetário terrestre, há sete sistemas planetários inferiores, habitados pelos asuras e outros seres vivos materialistas semelhantes.

De Garbhodakaśāyī Viṣṇu, há a expansão do Kṣīrodakaśāyī Viṣṇu, que é o Paramātmā coletivo de todos os seres vivos. Ele Se chama Hari, e dEle se expandem todas as encarnações dentro do universo.

Portanto, a conclusão é, que o puruṣa-avatāra manifesta-Se em três aspectos: primeiro, o Kāraṇodakaśāyī Viṣṇu, que cria os componentes materiais agregados no mahat-tattva; segundo, o Garbhodakaśāyī Viṣṇu, que entra em todo e cada universo, e terceiro, o Kṣīrodakaśāyī Viṣṇu, que é o Paramātmā de todos os objetos materiais, orgânicos e inorgânicos. Uma pessoa que conhece esses três aspectos plenários da Personalidade de Deus conhece Deus apropriadamente, e, assim, o conhecedor torna-se livre das condições materiais de nascimento e morte, velhice e doença, como se confirma na Bhagavad-gītā.

Neste śloka, o assunto Mahā-Viṣṇu é resumido. O Mahā-Viṣṇu deita-Se em alguma parte do céu espiritual por Sua própria livre vontade. Ele Se deita assim no oceano de kāraṇa, de onde lança o olhar sobre Sua natureza material, e o mahat-tattva é criado de imediato. Eletrizada assim pelo poder do Senhor, a natureza material cria prontamente inumeráveis universos, do mesmo modo que, no devido tempo, uma árvore decora-se com inumeráveis frutos sazonados. Semeada pelo cultivador, a árvore ou trepadeira manifesta-se no devido tempo com muitos frutos. Nada pode acontecer sem uma causa. O Oceano Kāraṇa é chamado, portanto, de Oceano Causal. Kāraṇa significa “causal”. Não devemos aceitar tolamente a teoria ateísta da criação. A descrição dos ateístas é dada na Bhagavad-gītā. Apesar de não acreditar no criador, o ateísta não pode dar uma boa teoria para explicar a criação. A natureza material não tem poder para criar sem o poder do puruṣa, assim como uma prakṛti, ou mulher, não pode produzir uma criança sem a união com um puruṣa, ou homem. O puruṣa fecunda, e a prakṛti dá à luz. Não devemos esperar leite das bolsas carnudas no pescoço de uma cabra, embora elas pareçam com mamilos de seios. Do mesmo modo, não devemos esperar poder criativo dos componentes materiais; devemos acreditar no poder do puruṣa, que fecunda a prakṛti, ou natureza. Porque o Senhor desejou deitar-Se em meditação, a energia material criou, de uma só vez, inumeráveis universos, em cada um dos quais o Senhor deitou-Se, e, assim, todos os planetas e diferentes parafernálias foram criados de imediato pela vontade do Senhor. O Senhor tem potências ilimitadas, e assim Ele pode agir como quer, através de perfeito planejamento, embora, pessoalmente, Ele nada tenha a fazer. Ninguém é superior ou igual a Ele. Eis o veredito dos Vedas.

« Previous Next »