VERSO 18
rūpaṁ bhagavato yat tan
manaḥ-kāntaṁ śucāpaham
apaśyan sahasottasthe
vaiklavyād durmanā iva
rūpam — forma; bhagavataḥ — da Personalidade de Deus; yat — como ela é; tat — aquela; manaḥ — da mente; kāntam — como ela deseja; śucā-apaham — dissipando todas as disparidades; apaśyan — sem ver; sahasā — de súbito; uttasthe — levantei-me; vaiklavyāt — ficando perturbado; durmanāḥ — tendo perdido o desejável; iva — por assim dizer.
A forma transcendental do Senhor, como ela é, satisfaz o desejo da mente e dissipa de vez todas as incongruências mentais. Ao perder de vista aquela forma, levantei-me subitamente, ficando perturbado, como é comum quando se perde aquilo que é desejável.
SIGNIFICADO—Nārada Muni experimentou que o Senhor não é amorfo. Contudo, Sua forma é completamente diferente de todas as formas de nossa experiência material. Por toda a duração de nossa vida, vemos diferentes formas no mundo material, mas nenhuma delas é capaz de satisfazer a mente, tampouco pode alguma delas dissipar toda a perturbação da mente. Esses são os aspectos especiais da forma transcendental do Senhor, e alguém que tenha visto uma vez essa forma não se satisfaz com mais nada; nenhuma forma no mundo material poderá satisfazer o observador. Que o Senhor é sem-forma ou impessoal significa que Ele não tem nada parecido com formas materiais e não é como uma personalidade material.
Como seres espirituais, tendo relações eternas com essa forma transcendental do Senhor, estamos, vida após vida, buscando essa forma do Senhor, e não nos satisfazemos com nenhuma outra forma de apaziguamento material. Nārada Muni teve um vislumbre dela, mas, não podendo vê-la mais uma vez, ficou perturbado e levantou-se subitamente para procurá-la. Aquilo que desejamos vida após vida foi obtido por Nārada Muni, e perdê-lO de vista foi certamente um grande choque para ele.