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VERSO 37

sva-prāṇān yaḥ para-prāṇaiḥ
prapuṣṇāty aghṛṇaḥ khalaḥ
tad-vadhas tasya hi śreyo
yad-doṣād yāty adhaḥ pumān

sva-prāṇān — a própria vida; yaḥ — aquele que; para-prāṇai — à custa da vida de outras pessoas; prapuṣṇāti — mantém devidamente; aghṛṇaḥ — desavergonhado; khalaḥ — ignóbil; tat-vadhaḥ — matá-lo; tasya — sua; hi — certamente; śreyaḥ — bem-estar; yat — através do que; doṣāt — pela falta; yāti — vai; adhaḥ — para baixo; pumān — uma pessoa.

Uma pessoa cruel e ignóbil que mantém sua existência à custa da vida de outras pessoas merece ser morta para seu próprio bem-estar, pois, de outra forma, ela se degradará devido a suas próprias ações.

SIGNIFICADO—A vida pela vida é a punição justa para uma pessoa que cruel e desavergonhadamente vive às custas da vida de outros. A moralidade política consiste em punir alguém com sentença de morte a fim de salvar a pessoa cruel de ir para o inferno. Um assassino ser condenado pelo estado à sentença de morte resulta no bem do próprio réu, visto que, em sua próxima vida, ele não terá que sofrer por seu assassinato. Tal sentença de morte é a menor punição que se pode oferecer ao assassino, e, nos smṛti-śāstras, afirma-se que os homens que são punidos pelo rei com base no princípio da vida pela vida purificam-se de todos os seus pecados, tanto assim que eles podem tornar-se aptos a serem promovidos aos planetas celestiais. Segundo Manu, o grande autor dos códigos civis e princípios religiosos, mesmo aquele que mata um animal deve ser considerado um assassino, porque a comida animal não se destina de modo algum ao homem civilizado, cujo dever principal é preparar-se para voltar ao Supremo. Ele diz que, no ato de matar um animal, há uma conspiração feita pela equipe de pecadores, e todos eles são passíveis de serem punidos como assassinos, exatamente como no caso de uma equipe de conspiradores que matam, de comum acordo, um ser humano. Aquele que dá permissão, aquele que mata o animal, aquele que vende o animal morto, aquele que cozinha o animal, aquele que administra a distribuição do alimento e, finalmente, aquele que come esse alimento animal cozidosão todos assassinos, e todos estão sujeitos a serem punidos pelas leis da natureza. Ninguém pode criar um ser vivo apesar de todo o avanço da ciência material, e, por isso, ninguém tem o direito de matar um ser vivo por seus próprios caprichos independentes. Para os comedores de animais, as escrituras sancionam somente restritos sacrifícios animais, e tais sanções existem apenas para evitar a abertura de matadouros, e não para incentivar a matança de animais. O procedimento sob o qual o sacrifício animal é permitido nas escrituras é bom tanto para o animal sacrificado quanto para os comedores de animais. É bom para o animal no sentido de que o animal sacrificado é promovido de imediato à forma humana de vida após ser sacrificado no altar, e o comedor de animais é poupado dos tipos mais grosseiros de pecados (comer carnes fornecidas por matadouros organizados, isto é, lugares sinistros que geram todos os tipos de aflições materiais para a sociedade, a nação e as pessoas em geral). O mundo material é, em si mesmo, um lugar sempre cheio de ansiedades, e, pelo incentivo à matança de animais, toda a atmosfera polui-se cada vez mais com guerras, pestes, fome e muitas outras calamidades indesejáveis.

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