VERSO 38
ke vayaṁ nāma-rūpābhyāṁ
yadubhiḥ saha pāṇḍavāḥ
bhavato ’darśanaṁ yarhi
hṛṣīkāṇām iveśituḥ
ke — quem somos; vayam — nós; nāma-rūpābhyām — sem fama e habilidade; yadubhiḥ — com os Yadus; saha — junto de; pāṇḍavāḥ — e os Pāṇḍavas; bhavataḥ — Vossa; adarśanam — ausência; yarhi — como se; hṛṣīkāṇām — dos sentidos; iva — como; īśituḥ — do ser vivo.
Assim como o nome e a fama de um corpo particular se acabam com o desaparecimento do espírito vivo, de modo semelhante, se Vós não zelais por nós, toda a nossa fama e todas as nossas atividades, juntamente com os Pāṇḍavas e os Yadus, terminarão de uma vez.
SIGNIFICADO—Kuntīdevī está completamente ciente de que a existência dos Pāṇḍavas se deve apenas a Śrī Kṛṣṇa. Sem dúvida, os Pāṇḍavas têm bom nome e fama e são guiados pelo grande rei Yudhiṣṭhira, que é a moralidade personificada, e os Yadus são indubitavelmente grandes aliados; porém, sem a orientação do Senhor Kṛṣṇa, todos eles se tornam insignificantes, assim como os sentidos do corpo são inúteis sem a orientação da consciência. Ninguém deve orgulhar-se de seu prestígio, poder e fama, deixando de orientar-se pelo favor do Senhor Supremo. Os seres vivos são sempre dependentes, e o objeto último de dependência é o próprio Senhor. Podemos, portanto, inventar, pelo nosso avanço em conhecimento material, todas as espécies de recursos materiais neutralizadores, mas, sem nos guiarmos pelo Senhor, todas essas invenções terminam em fiasco, por mais fortes e resistentes que sejam os elementos reativos.