VERSO 9
uttarovāca
pāhi pāhi mahā-yogin
deva-deva jagat-pate
nānyaṁ tvad abhayaṁ paśye
yatra mṛtyuḥ parasparam
uttarā uvāca — Uttarā disse; pāhi pāhi — protegei, protegei; mahā-yogin — o maior místico; deva-deva — o adorável entre os adorados; jagat-pate — ó Senhor do universo; na — não; anyam — alguém mais; tvat — além de Vós; abhayam — destemor; paśye — eu vejo; yatra — onde há; mṛtyuḥ — morte; parasparam — no mundo de dualidade.
Uttarā disse: Ó Senhor dos senhores, Senhor do universo! Sois o maior entre os místicos. Por favor, protegei-me, pois não há ninguém mais que me possa salvar das garras da morte neste mundo de dualidade.
SIGNIFICADO—Este mundo material é o mundo da dualidade, em contraste com a unidade do reino absoluto. O mundo da dualidade é composto de matéria e espírito, ao passo que o mundo absoluto é espírito puro, sem nenhum vestígio de qualidades materiais. No mundo dual, todos estão cometendo o erro de tentarem se tornar senhores do mundo, ao passo que, no mundo absoluto, o Senhor é o Senhor absoluto, e todos os outros são Seus servidores absolutos. No mundo da dualidade, todos são invejosos de todos os outros, e a morte é inevitável devido à existência dual de matéria e espírito. O Senhor é o único refúgio de destemor para as almas rendidas. Ninguém pode salvar-se das mãos cruéis da morte no mundo material, a não ser que se renda aos pés de lótus do Senhor.