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VERSO 12

aho kaṣṭam aho ’nyāyyaṁ
yad yūyaṁ dharma-nandanāḥ
jīvituṁ nārhatha kliṣṭaṁ
vipra-dharmācyutāśrayāḥ

aho — oh; kaṣṭam — que terríveis sofrimentos; aho — oh; anyāyyam — que terrível injustiça; yat — porque; yūyam — todos vós, boas almas; dharma-nandanāḥ — filhos da religião personificada; jīvitum — permanecer vivos; na — nunca; arhatha — merecíeis; kliṣṭam — sofrimentos; viprabrāhmaṇas; dharma — piedade; acyuta — Deus; āśrayāḥ — sendo protegidos por.

Bhīṣmadeva disse: Oh! Que terríveis sofrimentos e que terríveis injustiças vós, boas almas, sofrestes por serdes os filhos da religião personificada. Vós não merecíeis viver submetidos àquelas tribulações, mas fostes protegidos pelos brāhmaṇas, por Deus e pela religião.

Kurukṣetra. Bhīṣmadeva podia entender isso, razão pela qual falou primeiramente dos terríveis sofrimentos de Mahārāja Yudhiṣṭhira. Ele foi posto em dificuldades unicamente por injustiça, e a Batalha de Kurukṣetra foi travada apenas para combater essa injustiça. Portanto, ele não deveria arrepender-se do grande massacre. Bhīṣmadeva quis chamar a atenção particularmente para o fato de que eles foram todos protegidos pelos brāhmaṇas, pelo Senhor e pelos princípios religiosos. Enquanto eles estivessem protegidos por esses três importantes itens, não havia motivo para desapontamento. Assim, Bhīṣmadeva encorajou Mahārāja Yudhiṣṭhira a dissipar seu desânimo. Se uma pessoa coopera plenamente com os desejos do Senhor, é orientada pelos brāhmaṇas e vaiṣṇavas fidedignos e segue estritamente os princípios religiosos, ela não tem motivo para desânimo, por mais que as circunstâncias da vida tentem lançá-la nesse estado. Bhīṣmadeva, como uma das autoridades na linha, queria convencer os Pāṇḍavas em relação a esse ponto.

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