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VERSO 59

dṛṣṭvā samatvaṁ tac chaureḥ
satye caiva vyavasthitim
kaṁsas tuṣṭa-manā rājan
prahasann idam abravīt

dṛṣṭvā — vendo; samatvam — sendo equânime, imperturbável na aflição ou felicidade; tat — isto; śaureḥ — de Vasudeva; satye — na veracidade; ca — na verdade; eva — decerto; vyavasthitim — a situação firme; kaṁsaḥ — Kaṁsa; tuṣṭa-manāḥ — estando muito satisfeito (com o comportamento de Vasudeva ao entregar o primeiro filho para manter sua promessa); rājan — ó Mahārāja Parīkṣit; prahasan — com um rosto sorridente; idam — isto; abravīt — disse.

Meu querido rei Parīkṣit, ao ver que Vasudeva, mostrando veraci­dade, teve a tranquilidade de dar-lhe a criança, Kaṁsa ficou muito feliz. Portanto, com um rosto sorridente, ele falou o seguinte.

SIGNIFICADO—Neste verso, a palavra samatvam é muito significativa. Samatvam refere-se àquele que é sempre equânime, que não se deixa afetar pela felicidade ou aflição. Vasudeva estava tão firmemente equânime que não parecia nem um pouco agitado quando entregou seu filho primogênito para ser morto nas mãos de Kaṁsa. Na Bhagavad-gītā (2.56), afirma-se que duḥkheṣv anudvigna-manāḥ sukheṣu vigata-spṛhaḥ. Ninguém deve almejar a felicidade material nem deve se deixar perturbar pela aflição material. O Senhor Kṛṣṇa aconselhou a Arjuna:

mātrā-sparśās tu kaunteya
śītoṣṇa-sukha-duḥkha-dāḥ
āgamāpāyino ’nityās
tāṁs titikṣasva bhārata

“Ó filho de Kuntī, o aparecimento temporário da felicidade e da aflição, e o seu desaparecimento no devido tempo, são como o aparecimento e o desaparecimento das estações de inverno e verão. Eles surgem da percepção sensorial, ó descendente de Bharata, e precisa-se aprender a tolerá-los sem se perturbar.” (Bhagavad-gītā 2.14) A alma autorrealizada jamais se deixa perturbar pela aparente aflição ou felicidade, e isso é especialmente verdadeiro no caso de um devoto grandioso como Vasudeva, que mostrou isso na prática através de seu exemplo. Vasudeva não ficou perturbado de modo algum quando entregou seu primeiro filho a Kaṁsa para ser morto.

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