VERSO 67
mātaraṁ pitaraṁ bhrātṝn
sarvāṁś ca suhṛdas tathā
ghnanti hy asutṛpo lubdhā
rājānaḥ prāyaśo bhuvi
mātaram — à mãe; pitaram — ao pai; bhrātṝn — aos irmãos; sarvān ca — e a qualquer outra pessoa; suhṛdaḥ — aos amigos; tathā — bem como; ghnanti — eles matam (como se vê na prática); hi — na verdade; asu-tṛpaḥ — aqueles que, em troca do gozo de seus próprios sentidos, invejam a vida alheia; lubdhāḥ — cobiçosos; rājānaḥ — tais reis; prāyaśaḥ — quase sempre; bhuvi — na Terra.
Os reis ávidos por gozo dos sentidos nesta Terra quase sempre matam indiscriminadamente seus inimigos. Para satisfazerem seus próprios caprichos, são capazes de matar qualquer pessoa, até mesmo suas mães, pais, irmãos ou amigos.
SIGNIFICADO—Vemos na história da Índia que Aurangzeb matou seu irmão e seus sobrinhos e aprisionou o seu pai para satisfazer suas ambições políticas. Há muitos exemplos semelhantes, e Kaṁsa era dessa mesma classe de reis. Kaṁsa não hesitou em matar seus sobrinhos e em aprisionar sua irmã e seu pai. O fato de os demônios praticarem essas ações não é nada espantoso. Entretanto, embora fosse um demônio, Kaṁsa sabia que o Senhor Viṣṇu não poderia ser morto e, assim, alcançou a salvação. Mesmo a pessoa que obtém uma compreensão parcial das atividades do Senhor Viṣṇu qualifica-se para a salvação. Kaṁsa sabia um pouco sobre Kṛṣṇa – que Ele não poderia ser morto – e, portanto, alcançou a salvação, embora pensasse em Viṣṇu, Kṛṣṇa, como um inimigo seu. Então, o que dizer de alguém que, através das descrições dos śāstras, como a Bhagavad-gītā, conhece Kṛṣṇa perfeitamente? Logo, é dever de todos lerem a Bhagavad-gītā e compreender Kṛṣṇa perfeitamente. Isso fará exitosa a vida de qualquer pessoa.