VERSO 30
dṛṣṭvātha tat-sneha-vaśo ’smṛtātmā
sa go-vrajo ’tyātmapa-durga-mārgaḥ
dvi-pāt kakud-grīva udāsya-puccho
’gād dhuṅkṛtair āsru-payā javena
dṛṣṭvā — quando as vacas viram seus bezerros ali em baixo; atha — em seguida; tat-sneha-vaśaḥ — devido ao intenso amor pelos bezerros; asmṛta-ātmā — como se tivessem se esquecido de si; saḥ — aquele; go-vrajaḥ — rebanho de vacas; ati-ātma-pa-durga-mārgaḥ — escapando de seus guardadores devido ao intenso amor pelos bezerros, embora o caminho fosse muito difícil e tortuoso; dvi-pāt — pares de pernas unidas; kakut-grīvaḥ — suas gibas movendo-se com seus pescoços; udāsya-pucchaḥ — erguendo suas cabeças e caudas; agāt — vinha; huṅkṛtaiḥ — mugindo bem alto; āsru-payāḥ — com leite fluindo de seus úberes; javena — muito impetuosamente.
Ao verem do topo da colina Govardhana seus próprios bezerros, as vacas se esqueceram de si mesmas e de seus guardadores devido à intensa afeição, e embora o caminho fosse muito áspero, precipitaram-se rumo a seus bezerros com muita ansiedade, cada uma correndo como se usasse apenas um único par de pernas. Com seus úberes repletos de leite transbordante, suas cabeças e caudas erguidas, e suas gibas movendo-se com seus pescoços, elas correram impetuosamente até alcançarem seus bezerros para alimentá-los.
SIGNIFICADO—De um modo geral, os bezerros e as vacas pastam separadamente. Os homens mais velhos cuidam das vacas, e as criancinhas vigiam os bezerros. Desta vez, entretanto, as vacas imediatamente esqueceram suas posições logo que, da colina Govardhana, viram os bezerros lá embaixo, e correram com muito ímpeto, com suas caudas eretas e suas patas dianteiras e traseiras juntas, até que alcançaram os bezerros.