VERSO 43
evam eteṣu bhedeṣu
ciraṁ dhyātvā sa ātma-bhūḥ
satyāḥ ke katare neti
jñātuṁ neṣṭe kathañcana
evam — dessa maneira; eteṣu bhedeṣu — entre estes meninos, que tinham existência separada; ciram — por um longo tempo; dhyātvā — após refletir; saḥ — ele; ātma-bhūḥ — senhor Brahmā; satyāḥ — real; ke — quem; katare — quem; na — não é; iti — assim; jñātum — de entender; na — não; iṣṭe — foi capaz; kathañcana — de modo algum.
Assim, o senhor Brahmā, refletindo demoradamente, tentou distinguir entre aqueles dois conjuntos de meninos, cada um dos quais tinha uma existência separada. Ele tentou entender quem era real e quem não era real, mas não o foi capaz de modo algum.
SIGNIFICADO—Brahmā ficou estupefato. “Os meninos e bezerros originais ainda estão dormindo como os deixei”, pensou ele, “mas outro grupo está aqui brincando com Kṛṣṇa. Como isso aconteceu?” Brahmā não podia compreender o que acontecia. Que meninos eram reais, e quais não eram reais? Brahmā era incapaz de chegar a alguma conclusão definitiva. Ele ponderou o assunto por um longo tempo. “Como pode haver dois conjuntos de bezerros e meninos ao mesmo tempo? Será que os meninos e bezerros daqui foram criados por Kṛṣṇa, ou será que Kṛṣṇa criou aqueles que estão deitados e dormindo? Ou será que ambos são meras criações de Kṛṣṇa?” Brahmā pensou no assunto de muitas maneiras diferentes. “Depois que eu for à caverna e vir que os meninos e bezerros ainda estão lá, será que Kṛṣṇa os buscará e trará para cá a fim de que eu venha e os veja, e será que Kṛṣṇa, então, irá tirá-los daqui e colocá-los lá?” Brahmā não podia determinar como havia dois conjuntos de bezerros e vaqueirinhos tão parecidos. Embora pensasse e pensasse, ele nada conseguia entender.