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VERSO 15

tac cej jala-sthaṁ tava saj jagad-vapuḥ
kiṁ me na dṛṣṭaṁ bhagavaṁs tadaiva
kiṁ vā su-dṛṣṭaṁ hṛdi me tadaiva
kiṁ no sapady eva punar vyadarśi

tat — aquilo; cet — se; jala-stham — situado sobre a água; tava — Vosso; sat — real; jagat — abrigando o universo inteiro; vapuḥ — o corpo transcendental; kim — por que; me — por mim; na dṛṣṭam — não foi visto; bhagavan — ó Senhor Supremo; tadā eva — naquele mesmo momento; kim — por que; — ou; su-dṛṣṭam — perfeitamente visto; hṛdi — dentro do coração; me — por mim; tadā eva — bem então; kim — por que; na — não; u — por outro lado; sapadi — de repente; eva — de fato; punaḥ — de novo; vyadarśi — foi visto.

Meu querido Senhor, se Vosso corpo transcendental, que abriga o universo inteiro, está de fato deitado sobre a água, então por que não pude ver-Vos quando Vos procurei? E por que motivo, embora não pudesse ver-Vos de modo correto dentro de meu coração, Vós então de repente Vos revelastes?

SIGNIFICADO—O senhor Brahmā refere-se nesta passagem a sua experiência na aurora da criação cósmica. Como se descreveu no segundo canto do Śrīmad-Bhāgavatam, o senhor Brahmā nasceu sobre um gigantesco lótus cujo caule emanara do umbigo de Nārāyaṇa. Brahmā, confuso quanto a seu paradeiro, função e identidade, tentou descobrir a origem do caule de lótus, em busca de uma informação clara. Incapaz de encon­trar a Personalidade de Deus, ele retornou a seu assento de lótus e se entregou à prática de severas austeridades, em virtude da ordem que recebeu da voz transcendental do Senhor, que podia ser ouvido, mas não visto. Após uma longa meditação, Brahmā viu o Senhor, mas tornou a perdê-lO de vista. Dessa maneira, Brahmā conclui que o corpo transcendental da Personalidade de Deus não é material, mas sim uma eterna forma espiritual dotada de inconcebíveis potências místicas. Em outras palavras, o senhor Brahmā não devia ter desa­fiado a Personalidade de Deus, o Senhor de todo poder místico.

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