VERSO 3
tan mañju-ghoṣāli-mṛga-dvijākulaṁ
mahan-manaḥ-prakhya-payaḥ-sarasvatā
vātena juṣṭaṁ śata-patra-gandhinā
nirīkṣya rantuṁ bhagavān mano dadhe
tat — aquela floresta; mañju — encantadores; ghoṣa — cujos sons; ali — de abelhas; mṛga — animais; dvija — e pássaros; ākulam — cheia; mahat — de grandes almas; manaḥ — à mente; prakhya — semelhante; payaḥ — cuja água; sarasvatā — com um lago; vātena — pelo vento; juṣṭam — servida; śata-patra — de flores de lótus de cem pétalas; gandhinā — com a fragrância; nirīkṣya — observando; rantum — para sentir prazer; bhagavān — a Suprema Personalidade de Deus; manaḥ — Sua mente; dadhe — voltou.
Após observar aquela floresta, que ressoava com encantadores sons de abelhas, animais e pássaros, e que era embelezada por um lago de águas cristalinas semelhantes à mente das grandes almas e por uma brisa que transportava a fragrância de flores de lótus de cem pétalas, o Senhor Kṛṣṇa, a Suprema Personalidade de Deus, decidiu desfrutar sua auspiciosa atmosfera.
SIGNIFICADO—O Senhor Kṛṣṇa viu que a floresta de Vṛndāvana proporcionava prazer a todos os cinco sentidos. As abelhas, pássaros e animais emitiam sons encantadores que traziam doce prazer aos ouvidos. O vento prestava fiel serviço ao Senhor soprando por toda a floresta, transportando a fresca umidade de um lago transparente e dando assim prazer ao sentido do tato. Mediante a doçura do vento, inclusive o sentido do paladar era estimulado, e a fragrância das flores de lótus dava prazer às narinas. E a floresta inteira era dotada de beleza celestial, o que concedia bem-aventurança espiritual aos olhos. Śrīla Viśvanātha Cakravartī Ṭhākura explicou desse modo o significado deste verso.