VERSO 42
taṁ gorajaś-churita-kuntala-baddha-barha-
vanya-prasūna-rucirekṣaṇa-cāru-hāsam
veṇum kvaṇantam anugair upagīta-kīrtiṁ
gopyo didṛkṣita-dṛśo ’bhyagaman sametāḥ
tam — a Ele; go-rajaḥ — com a poeira levantada pelas vacas; churita — coberto; kuntala — dentro dos cachos de cabelo; baddha — colocada; barha — uma pena de pavão; vanya-prasūna — com flores silvestres; rucira-īkṣaṇa — olhos encantadores; cāru-hāsam — e um belo sorriso; veṇum — Sua flauta; kvaṇantam — soando; anugaiḥ — por Seus companheiros; upagīta — sendo cantadas; kīrtim — Suas glórias; gopyaḥ — as gopīs; didṛkṣita — ansiosos por ver; dṛśaḥ — os olhos delas; abhyagaman — adiantaram-se; sametāḥ — em um só grupo.
O cabelo do Senhor Kṛṣṇa, coberto com a poeira levantada pelas vacas, estava decorado com uma pena de pavão e flores silvestres. O Senhor tinha um olhar encantador e um belo sorriso, tocando Sua flauta enquanto Seus companheiros cantavam Suas glórias. Com olhos muito ansiosos por vê-lO, as gopīs, todas juntas, adiantaram-se para encontrá-lO.
SIGNIFICADO—Superficialmente, as gopīs eram mocinhas casadas, de modo que seria natural que elas ficassem envergonhadas e temerosas de lançar olhares amorosos a um belo jovem como Śrī Kṛṣṇa. Mas Śrī Kṛṣṇa é a Suprema Personalidade de Deus, e todos os seres vivos são Seus servos eternos. Portanto, as gopīs, embora fossem as mais puras de todas as grandes almas, não hesitaram em se adiantar e satisfazer seus olhos acometidos pelo amor com a visão do belo e jovem Kṛṣṇa. As gopīs também desfrutaram do doce som de Sua flauta e da encantadora fragrância de Seu corpo.